As experiências de mulheres jovens no processo do aborto clandestino – uma abordagem sociológica

Abstract

This paper, based on qualitative research, compatible with the analysis of clandestine abortion as a complex social phenomenon, presents the experiences of young women who had such abortions. Semi-structured interviews were carried out with 16 young women between 18 and 29 years of age, patients at a public Family Health Service. Of 44 pregnancies which had occurred, half were ended by abortion. Our results show that the possibility of abortion was greater for pregnancies resulting from unstable relationships with different partners, in contexts of financial difficulties, so that clandestine abortion may be considered to be the end of the line of a process of “desfiliation”, in contexts where unemployment and poverty turn family relationships fragile and unsustainable.Este artigo, baseado em pesquisa qualitativa, compatível com o tratamento do tema do abortamento clandestino como fenômeno social complexo, apresenta a experiência de mulheres jovens que recorreram ao aborto clandestino. Entrevistas semiestruturadas foram realizadas com 16 mulheres jovens, de 18 a 29 anos, atendidas em serviço público de saúde da família. Das 44 gravidezes dessas jovens, a metade foi ao aborto. Os resultados mostraram que a ocorrência dos casos de aborto foi maior em gravidezes resultantes de relações instáveis e com parceiros diferentes, em condições de dificuldades financeiras, podendo este ser considerado como o fim da linha de um processo da “desfiliação”, em contextos nos quais o desemprego e a pobreza fragilizam as relações familiares, e essas não conseguem ter sustentabilidade

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