Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
Doi
Abstract
Discute-se, neste estudo, o contexto de atuação profissional de farmacêuticos que trabalham em drogarias no Brasil, participantes da pesquisa Uma investigação socioantropológica no âmbito das farmácias: posição de farmacêuticos e balconistas sobre a contracepção de emergência, uma pesquisa mais ampla, realizada entre 2012 e 2014, com o objetivo de conhecer as concepções e práticas dos farmacêuticos e balconistas sobre a comercialização da contracepção de emergência no país. Neste artigo, abordam-se o perfil sociodemográfico dos respondentes e sua dinâmica de trabalho nos estabelecimentos privados onde atuam como farmacêuticos. A coleta de dados se deu por meio de um questionário on-line, anônimo e autoaplicado, disponível na Plataforma DataSUS/FormSUS, e a divulgação do estudo contou com apoio de órgãos de classe da categoria profissional em questão. Participaram, voluntariamente, 383 farmacêuticos (n=383) - 74,5% do sexo feminino e 25,5%, do masculino -, cuja maioria tinha até 30 anos de idade (61,3%), constituindo um grupo jovem de profissionais, formados há no máximo cinco anos (65%) em faculdades privadas. A Região Sudeste do país congrega 64,9% dos respondentes, seguida pela Região Sul, com 16,4%. Em relação à atuação profissional, 80% deles atuavam como responsáveis técnicos. São discutidas as atividades por eles exercidas, suas formas de atualização profissional e os desafios do ambiente de trabalho para se dedicarem à dispensação de medicamentos, proporcionando reflexões que buscam valorizar tal prática profissional junto à população atendida. Percebe-se que as atribuições clínicas dos farmacêuticos sofrem constrangimentos no espaço das drogarias, em razão da expansão e recrudescimento do comércio varejista de medicamentos.This article aims to discuss the professional practices of Brazilian pharmacists - working on pharmacies - who participated of the research A socio-anthropological investigation about pharmacies: position of pharmacists and clerks on emergency contraception, a broader survey carried out from 2012 to 2014, aiming to know about pharmacists and clerks’ perceptions and practices over emergency contraception in the country. This paper addresses the participants’ sociodemographic profile and their work dynamics in the private establishments in which they work as pharmacists. The data collection was performed throughout an anonymous, self-administered on-line questionnaire, that was available on the DataSUS/FormSUS Platform. The disclosure of the study was supported by professional class entities. 383 pharmacists participated voluntarily (n=383), from which 74.5% were female and 25.5% were male. Most of them, men and women, were up to 30 years old (61.3%), constituting a young group of professionals, graduated not more than five years ago (65%) in private pharmacy colleges. The southeastern region of the country congregates 64.9% of the respondents, followed by the southern region, with a percentage of 16.4%. Regarding the professional practice, 80% of the pharmacists worked as technical managers. Their activities, professional updating and the challenges of their work environment in allowing them to dedicate themselves to the dispensation of medicines are also addressed, providing a reflection that seeks to value such professional practice among the population. It was observed that the clinical attributions of pharmacists are constrained in the drugstore space due to the expansion and increase of the drug retail trade