Universidade de São Paulo. Instituto de Medicina Tropical de São Paulo
Abstract
Hepatitis C virus (HCV) and human T-cell lymphotropic virus type 1 (HTLV-1) share routes of transmission and some individuals have dual infection. Although some studies point to a worse prognosis of hepatitis C virus in patients co-infected with HTLV-1, the interaction between these two infections is poorly understood. This study evaluated the influence of HTLV-1 infection on laboratory parameters in chronic HCV patients. Twelve HTLV-1/HCV-coinfected patients were compared to 23 patients infected only with HCV, in regard to demographic data, risk factors for viral acquisition, HCV genotype, presence of cirrhosis, T CD4+ and CD8+ cell counts and liver function tests. There was no difference in regard to age, gender, alcohol consumption, smoking habits, HCV genotype or presence of cirrhosis between the groups. Intravenous drug use was the most common risk factor among individuals co-infected with HTLV-1. These patients showed higher TCD8+ counts (p = 0.0159) and significantly lower median values of AST and ALT (p = 0.0437 and 0.0159, respectively). In conclusion, we have shown that HCV/HTLV-1 co-infected patients differs in laboratorial parameters involving both liver and immunological patterns. The meaning of these interactions in the natural history of these infections is a matter that deserves further studies.O vírus da hepatite C (VHC) e vírus linfotrópico humano tipo 1 (HTLV-1) compartilham formas de transmissão e algumas pessoas apresentam coinfecção. Embora alguns estudos apontem para um pior prognóstico da infecção pelo VHC em pacientes coinfectados com HTLV-1, a interação entre estas infecções é mal compreendida. Este estudo avaliou a influência da infecção pelo HTLV-1 em parâmetros laboratoriais de pacientes com VHC. 12 coinfectados VHC/HTLV-1 foram comparados com 23 pacientes monoinfectados com VHC, no que diz respeito aos dados demográficos, fatores de risco para aquisição viral, genótipo do VHC, presença de cirrose, contagens de linfócitos T CD4+ e CD8+ e testes de função hepática. Não houve diferença em relação à idade, sexo, consumo de álcool, tabagismo, genótipo do VHC ou presença de cirrose entre os grupos. O uso de drogas injetáveis foi o fator de risco mais comum entre coinfectados. Esses pacientes apresentaram maiores contagens de linfócitos T CD8+ e valores medianos de AST e ALT significativamente mais baixos (p = 0,0437 e 0,0159, respectivamente). Em conclusão, demonstrou-se que os pacientes com VHC/HTLV-1 diferem quanto aos parâmetros hepáticos e imunológicos. O significado destas diferenças na história natural destas infecções é um assunto que merece estudos mais aprofundados