Universidade de São Paulo. Faculdade de Saúde Pública
Abstract
OBJECTIVE: To describe the characteristics of maternal mortality according to the Mortality Information System in relation to the data corresponding to these records that are in other systems. METHODS: This was a descriptive study using two information systems on vital data and another on the hospital system, for the 26 state capitals and the Federal District of Brazil, in 2002. Initially, the maternal mortality ratios were calculated and information on declared maternal deaths were obtained. From these data, the Mortality Information System was probabilistically linked with the Live Birth Information System and the Hospital Information System, using the "Reclink II" software, with a multiple-step blocking strategy. For paired records, the diagnoses and hospital procedures brought together by the best-known criteria for severe maternal morbidity were detailed. RESULTS: A total of 339 maternal deaths were recorded in 2002. The official and adjusted maternal mortality ratios were, respectively, 46.4 and 64.9 (deaths per 100,000 live births). By correlating with data from the live birth system, 46.5% of the maternal deaths could be located; and from the hospital information, 55.2%. The most frequent admission diagnosis was infection (13.9%) and the most frequent procedure was intensive care unit admission (39.0%). CONCLUSIONS: There were low percentage linkages between the records from the three sources studied. However, the possible failures and/or impossibilities in the linkages indicated may separately or jointly explain these low percentages.OBJETIVO: Descrever as características da mortalidade materna segundo Sistema de Informação sobre Mortalidade em relação a dados correspondentes a esses registros em outros sistemas. MÉTODOS: Estudo descritivo, com utilização dos dois sistemas de informações de dados vitais e do sistema hospitalar, para as 26 capitais estaduais e o Distrito Federal do Brasil, em 2002. Inicialmente foram calculadas as razões de mortalidade materna e obtidas informações das mortes maternas declaradas. A partir dessas mortes relacionou-se probabilisticamente o Sistema de Informação sobre Mortalidade com o Sistema de Informações sobre Nascidos Vivos e com o Sistema de Informações Hospitalares, utilizando-se o programa "Reclink II", com estratégia de blocagem em múltiplos passos. Para os registros pareados, foram detalhados os diagnósticos e procedimentos hospitalares aproximados pelos critérios mais conhecidos de morbidade materna grave. RESULTADOS: Foram registradas 339 mortes maternas em 2002, com razões de mortalidade materna oficial e ajustada, respectivamente, de 46,4 e 64,9 (mortes por 100.000 nascidos vivos). No relacionamento com os dados do sistema de nascidos vivos, foi possível localizar 46,5% das mortes maternas e, com o de informações hospitalares, localizaram-se 55,2% das mortes. O diagnóstico de internação mais freqüente foi o de infecção (13,9%), e o procedimento com maior percentagem (39,0%) foi o de admissão à UTI. CONCLUSÕES: Foi baixa a percentagem de relacionamento entre os registros das três fontes estudadas. Nenhuma das possíveis falhas e/ou impossibilidade de relacionamento apontadas, isoladamente ou em conjunto, podem explicar esse baixo percentual