Michael Young e o campo do currículo: da ênfase no "conhecimento dos poderosos" à defesa do "conhecimento poderoso"

Abstract

Em novembro de 2013, Michael Young, professor emérito do Instituto de Educação da Universidade de Londres, esteve na Faculdade de Educação da Universidade de São Paulo, participando como palestrante, ao lado do Professor Antônio Flávio Barbosa Moreira, da Universidade Católica de Petrópolis, do II Seminário FEUSP sobre Currículo Escola e Sociedade do Conhecimento: aportes para a discussão dos processos de construção, seleção e organização do currículo. Na ocasião, expôs sua perspectiva atual sobre o debate teórico em torno do currículo, afirmando a falta de uma sólida teoria do conhecimento que oriente as discussões acerca das escolhas curriculares. Identificou uma recusa dos teóricos do currículo em enfrentar o que considera a função específica da educação: a promoção do desenvolvimento intelectual dos estudantes, com base no que define como conhecimento poderoso, intimamente ligado às áreas do conhecimento, nas universidades, e às disciplinas escolares. A reflexão central para esses teóricos, segundo Young, deveria se concentrar na pergunta: o que deve ser ensinado às crianças e jovens na escola? Vale destacar que sua posição atual contrasta, em diversos pontos, com a perspectiva que marcou o movimento da Nova Sociologia da Educação, na Inglaterra, no início da década de 1970, e que foi apresentada no livro Knowledge and Control: New Directions for the Sociology of Education, editado por ele e considerado um marco do referido movimento. A entrevista a seguir pretende trazer elementos para a compreensão dessa transformação na análise, empreendida por Michael Young, das questões referentes ao currículo.On November 2013, Michael Young, the emeritus professor of the Institute of Education, University of London, visited Faculdade de Educação, Universidade de São Paulo. He and Antônio Flávio Barbosa Moreira, professor at Universidade Católica de Petrópolis were the keynote speakers of II Seminar of Faculdade de Educação on Curriculum School and society of knowledge: processes of curriculum construction, selection and organization. In that occasion, Young presented his current perspective on the theoretical debate on curriculum, stating that we lack a consistent theory of knowledge to guide the discussion on curriculum choices. He argues that curriculum theorists refuse to tackle what he considers the specific function of education: to promote the intellectual development of students, based on powerful knowledge, which is closely linked to knowledge areas, in the universities, and to school disciplines. According to Young, curriculum theorists reflection should focus on the question: what must be taught to children and youth at school? His current position is dramatically different from the one which marked the movement of the New Sociology of Education in the seventies in England, and which was presented in Knowledge and Control: New Directions for the Sociology of Education, a book edited by him and considered a milestone of that movement. This interview brings to light some elements which help understand the transformation of Michael Youngs analysis of curriculum matters

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