Universidade de São Paulo. Faculdade de Medicina Veterinária e Zootecnia
Abstract
The hoary fox (Lycalopex vetulus, Lund, 1842) is the smallest Brazilian canid, whose weight varies between 2 and 4 kg, has a slender body, a small head, and a short and blackened snout. Despite being considered an endemic species, little is known about the hoary fox as it is one of the seven less studied canids in the world. Thus, this study aimed to describe the anatomy of the abdominal aorta artery of the hoary fox and to compare it with the pre-established literature data in domestic canids. For this purpose, we used two adult hoary foxes without definite age. We collected the corpses of these animals along roadsides of Catalão-GO, being later fixed and conserved in a 10% formalin solution. The results showed that the abdominal aorta in hoary fox is at the ventral face of the lumbar region vertebral bodies, being slightly displaced to the left of the median plane. The first branch is visceral, named celiac artery, followed by a paired parietal branch: the phrenic abdominal arteries. The third and fourth branches are the cranial mesenteric arteries and the rightand left are the renal arteries, respectively. The posterior branches of the renal arteries are equally visceral, paired, being called testicular arteries. Distal to the latter, both the caudal mesenteric artery and deep circumflex iliac arteries originate. Finally, two large external iliac arteries and its terminal branches composed of internal iliac arteries and the median sacral artery originate. In addition, five pairs of lumbar arteries originate alongside the abdominal segment of the aorta. Considering these findings, it is possible to conclude that despite the hoary fox being a wild animal, the anatomy of its abdominal aorta is very similar to that of domestic canids.A raposa-do-campo (Lycalopex vetulus) é o menor canídeo brasileiro, cujo peso varia entre 2 e 4 quilos, possui corpo esguio, a cabeça é pequena, focinho curto e enegrecido. Considerada uma espécie endêmica, pouco se sabe a seu respeito, e é um dos sete canídeos menos estudados no mundo. Assim, o presente estudo teve o objetivo de descrever a anatomia da parte abdominal da artéria aorta em raposa-do-campo e comparar com dados literários pré-estabelecidos de canídeos domésticos. Para a realização deste estudo foram utilizados dois exemplares de raposa-do-campo, adultos, sem idade definida. Os cadáveres dos animais foram recolhidos às margens de rodovias no entorno da Catalão-Goiás, fixados em solução aquosa de formol a 10% e conservados na mesma solução. Os resultados mostraram que a aorta abdominal da raposa-do-campo está localizada sobre a face ventral dos corpos vertebrais da região lombar, levemente deslocada para a esquerda do plano mediano. O primeiro ramo é visceral, denominado artéria celíaca, seguido por um ramoparietal, pareado, as artérias frênico-abdominais. O terceiro e quarto ramos são a artéria mesentérica caudal e as artérias renais direita e esquerda, respectivamente. Os ramos posteriores das artérias renais são igualmente viscerais, pareados, denominados artérias testiculares. Distal à essas últimas, originam-se a artéria mesentérica caudal e as artérias circunflexas ilíacas profundas. Finalmente surgem duas grandes artérias ilíacas externas e os ramos terminais compostos pelas artérias ilíacas internas e artéria sacral mediana. Ao longo do trajeto da aorta abdominal, cinco pares de artérias lombares se originam da face dorsal. Considerando esses achados, pode ser concluído que a anatomia da aorta abdominal da raposa-do-campo é muito similar àquela de canídeos domésticos, embora ela seja um animal silvestre