Universidade de São Paulo. Instituto de Biociências
Abstract
Em exemplares de Piptadenia gonoacantha foram observadas galhas espinhosas de cor predominante vermelha. Seis estádios de desenvolvimento foram definidos: 1) Observa-se uma pequena mancha numa das faces do foliólulo. Forma-se uma câmara larval revestida de esclereídes, a qual é envolvida por um parênquima derivado do clorênquima: acima do teto da câmara larval, formam-se projeções parenquimáticas. 2) Observa-se um pequeno intumescimento avermelhado. O parênquima da galha aumenta, formando as regiões cortical e medular. A região medular fica junto à câmara larval. 3) A galha aumenta em tamanho, cobre-se de espinhos e no ápice forma-se um tufo com espinhos mais longos que os laterais. O parênquima cortical aumenta primeiro, seguido depois pelo medular; as esclereides que revestiam toda a câmara larval desaparecem em parte e instala-se o tecido nutritivo. 4) O corpo da galha assume um formato cônico. As esclereídes permanecem apenas no teto da câmara larval e as células medulares situadas acima delas alongam-se bastante. 5) A galha para de crescer e os espinhos distribuem-se uniformemente. Na 1ª fase, ocorre esclerificação das células na região de transição córtex-medula e a larva consome as células medulares até a zona esclerificada; na 2ª fase, a larva consome as células medulares situadas acima da câmara larval, construindo um canal de saída em direção ao ápice da galha; na 3ª fase, a larva retorna à câmara larval, que está dividida em duas sub-câmaras por um septo esclerificado incompleto. Instala-se na sub-câmara pupal, secretando um tabique de seda que veda a entrada desta. 6) Forma-se uma abertura no ápice da galha (deiscência) devido à desintegração das células medulares restantes. Esta abertura alarga-se posteriormente. As galhas senescentes ficam mais escuras e a cor original muda para uma cor castanha, terminando o ciclo