Partindo de reflexões provocadas pela pesquisa em praças e em movimentos político-artísticos ocorridos na cidade do Rio de Janeiro, entre os anos de 2012 e 2014, que tinham no dissenso um impasse e, ao mesmo tempo, uma prática constitutiva, propõe-se a noção de cuidado com dissenso como uma possível chave de leitura e proposta ético-prática das (e para) essas mobilizações.Ao longo do texto será abordada a dimensão do dissenso nessas ações e a constituição da noção de cuidado com dissenso – referenciada nos estudos de Maria Puig de laBellacasa e de Donna Haraway – para assim refletir sobre a constituição de espaços comuns baseados numa ética prática do cuidado, sem que esse cuidado se torne uma moralidade e o dissenso seja visto apenas como negativo. Propõe-se pensar cuidado e dissenso como parte do processo de estar juntos.Palavras-chave: cuidado, dissenso, mobilizações urbanas