O presente artigo objetiva compreender as estratégias narrativas utilizadas pelo narrador para conduzir o leitor a determinado efeito de sentido. Nessa perspectiva, questiona-se quais recursos persuasivos podem ser observados nas reportagens que configuram uma ação inconsciente ou consciente para gerar efeito de real ou referencialidade verídica. Como objeto, escolheu-se as matérias sobre a temática “Criança e água” da Agência Pública de Jornalismo Investigativo publicadas nos meses de julho, agosto, setembro e novembro. Essas reportagens foram contempladas pelo projeto de financiamento coletivo. Para análise, recorreu-se ao modelo pragmático proposto por Luiz Gonzaga Motta (2013) que enfatiza o estudo das estratégias argumentativas do narrador, interesse principal deste trabalho, o qual também traz a discussão acerca da comunicação (HABERMAS, 1997; CASTELLS, 2000, 2009) e suas práticas sociais (BOURDIEU, 2003; SÁDABA, 2001). Foram observadas, portanto, várias táticas dos narradores para esconder a mediação e outras pistas subjetivas utilizadas para desenvolver o jogo dramático e assim sensibilizar a audiência
