Considerando que Instituições de Ensino Superior são espaços onde o conhecimento científico é produzido e disseminado, apresenta-se um estudo de caso da Universidade de Aveiro, Portugal, que pretende descrever práticas e discursos institucionais relativamente à utilização das línguas na investigação científica. Para descrição das práticas, foram recolhidos e analisados Relatórios Anuais das Unidades de Investigação da Universidade de Aveiro. Para acesso aos discursos institucionais, foram entrevistados oito atores institucionais, responsáveis pela investigação científica e pelo governo e coordenação da instituição. Os resultados apontam para uma convergência entre as práticas investigativas e os discursos institucionais relativamente ao papel e estatuto que as diferentes línguas adquirem na investigação científica: a língua inglesa surge, tanto nas práticas como nos discursos, como primordial para o processo de internacionalização da ciência; por outro lado, as outras línguas são percecionadas enquanto barreiras a essa internacionalização e ao sucesso científico-profissional do investigador.Considering Higher Education Institutions as settings where scientific knowledge is
produced and disseminated, a case study with the University of Aveiro, Portugal,
will be presented which aimed at describing institutional practices and discourses
concerning the use of languages in scientific research. In order to identify practices within scientific research, documentary analysis of the Annual Reports of the Research
Units of the University of Aveiro was carried out. In order to access institutional
discourses, eight actors responsible for scientific research and management at the
University of Aveiro were interviewed. The results underline that there is a convergence
between research practices and the institutional discourses concerning the role and
status that different languages have in scientific research: English is, both in practices
and discourses, a primordial asset in science internationalisation process; on the
other hand, other languages are perceived as barriers to that internationalisation
and to researchers’ scientific acknowledgement.Considérant les institutions d’enseignement supérieur comme des espaces où les
connaissances scientifiques sont produites et diffusées, on présentera une étude
de cas au sein de l’Université de Aveiro, Portugal, qui vise à décrire les discours et
les pratiques institutionnels concernant l’utilisation des langues dans la recherche
scientifique. Pour une description des pratiques nous avons recueilli et analysé des
rapports annuels des unités de recherche de l’Université d’Aveiro. Pour accéder aux
discours institutionnels nous avons interrogé huit acteurs institutionnels, responsables
de la recherche scientifique et du gouvernement et de l’institution de coordination.
Les résultats montrent une convergence entre les pratiques d’enquête et les discours
institutionnels concernant le rôle et le statut qu’ acquièrent différentes langues dans
la recherche scientifique: la langue anglaise se positionne, à la fois dans la pratique et
dans le discours comme un élément central dans le processus d’internationalisation
de la science; en revanche, les autres langues sont perçues comme des obstacles
à cette internationalisation et au succès scientifique et professionnel du chercheur