O presente artigo é fruto da pesquisa “Cultura, visões de mundo e a constituição da identidade punk na sociedade urbana contemporânea”, realizada entre agosto de 2010 e janeiro de 2012, na cidade do Rio de Janeiro. Aqui, serão abordadas as visões de mundo e a constituição das identidades, tomando como universo de análise duas “ocupações” punks “auto-gestionadas”, localizadas no eixo centro-zona sul. A metodologia utilizada foi observação participante e entrevistas informais com moradores e frequentadores desses espaços. Os resultados apontam para uma mudança na identidade e no significado do que é ser punk. Se antes, era sinônimo de vestir-se de preto, usar cabelos moicanos e acessórios prateados, hoje a expressão dessa identidade alargou-se e heterogeneizou-se e, ser punk, para esses jovens, está em “ter atitude”, ser “desvinculado dos padrões da sociedade”, acreditar que “as coisas podem ser diferentes”. Para eles, o intuito das “okupações” é para, além de um local de moradia, “fins culturais” e artísticos