Envolvimento parental na terapia cognitivo comportamental em crianças com perturbações de ansiedade : caracterização e seus determinantes

Abstract

Tese de mestrado, Psicologia (Secção de Psicologia Clínica e da Saúde - Núcleo de Psicologia da Saúde e da Doença), Universidade de Lisboa, Faculdade de Psicologia, 2013Enquadramento: A Terapia Cognitivo Comportamental tem sido apontada como a mais eficaz na intervenção com crianças ansiosas. A forma como os pais são envolvidos no processo tem sido alvo de diversos estudos que procuram verificar as diferenças eficácia terapêutica, face aos diferentes tipos de envolvimento parental. O presente estudo tem por objetivo caracterizar o envolvimento parental na terapia cognitivo comportamental com crianças ansiosas analisando os seus determinantes. Metodologia: Participaram neste estudo 54 crianças com idades compreendidas entre os 8 e 12 anos e os respetivos progenitores. A avaliação dos determinantes do envolvimento parental e do envolvimento parental realizada pelos seguintes instrumentos: Brief Symptom Inventory – BSI; Escala de Interferência de Ansiedade na Vida da Criança – EIAV; Questionário de Envolvimento Parental durante a Intervenção; Item único de Expectativas Parentais; Questionário Sociodemográfico. Resultados: A análise dos resultados demonstra: 1) Não existem associações estatisticamente significativas entre os Índices de Psicopatologia Parental e o envolvimento dos pais; 2) As “Expectativas Parentais de Eficácia” e a “Perceção de Impacto da Patologia” revelam uma relação estatisticamente significativa de magnitude moderada com o envolvimento parental; 3) Existem diferenças significativas entre os grupos da variável sociodemográfica “Nível Socioeconómico” quanto ao nível de envolvimento parental; 4) Existem relações magnitude média e elevada entre o fator avaliado pelo clínico “Barreiras ao tratamento, experienciadas pelos pais” e o envolvimento parental; 5) Após o término da intervenção, 85,5% das crianças apresentaram melhorias clínicas avaliadas pelo clínico; 6) observa-se uma relação estatisticamente significativa de elevada magnitude entre a Melhoria Clínica e o envolvimento parental. Conclusões: Os resultados deste estudo sugerem que “Expectativas Parentais de Eficácia”; a “Perceção de Impacto da Patologia”; o “Nível Socioeconómico”; o “Número de Barreiras ao Tratamento”, influenciam o envolvimento dos pais na terapia. Por fim, o envolvimento parental na intervenção está associado a um nível mais elevado de melhorias clínicas nas crianças.Background: The Cognitive Behavioral Therapy has been identified as the most effective intervention with anxious children. The way parents are involved in the process has been the subject of several studies that seek to verify the differences in therapeutic efficacy, given the different types of parental involvement. The present study aims to characterize parental involvement in cognitive behavioral therapy with anxious children analyzing their determinants. Methodology: Fifty-four children aged between 8 and 12 and their respective parents participated in this study. In order to evaluate the determinants of parental involvement, several instruments were used: “Brief Symptom Inventory – BSI”; “Interference of the Child´s Anxiety Scale”; “Parental Involvement Questionnaire”; “Single Item Parental Expectations”; “Sociodemographic Questionnaire”. Results: The results show: 1) There are no statistically significant associations between “Parental Psychopathology” and parental involvement; 2) "Parental Expectations of Effectiveness" and "Perceived Impact of Pathology" reveal a statistically significant relationship of moderate magnitude with parental involvement, 3) There are significant among the groups in sociodemographic variable "socioeconomic level" on the level of parental involvement; 4) There are medium and high magnitude relations between the factor assessed by the clinician "Barriers to treatment experienced by parents" and parental involvement; 5) After the intervention, 85.5% of the children had clinical improvement, assessed by the clinician; 6) there is a statistically significant relationship of high magnitude between Clinical Improvement and parental involvement. Conclusions: The results of this study suggest that "Parental Expectations of Effectiveness"; "Perceived Impact of Pathology"; "Level Socioeconomic", "Number of Barriers to Treatment", influence the levels of parental involvement in therapy. Finally, the parental involvement in therapy is associated with a higher level of clinical improvements in children

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