Além do uso morfológico: o que o conhecimento semântico nos diz sobre o aspecto em português como L2

Abstract

Esse estudo investiga a aquisição do aspecto [±perfeito] em português L2, mediante conhecimento da distinção [± acidental] que ocorre entre o pretérito perfeito e imperfeito em frases com quantificação adverbial (LENCI; BERTINETTO, 2000; MENÉNDEZ-BENITO, 2002). Mostramos que os aprendizes L2 intermediários demonstram conhecimento da semântica sintagmática, que conforme argumentamos é acessível por meio da aquisição de novos traços da L2. Como resultado, propomos que os dados dão suporte a teorias de continuidade da GU (DUFFIELD; WHITE, 1999; SCHWARTZ; SPROUSE, 1996) e oferecem evidência contra as assim chamadas propostas de Traços Malsucedidos (FAILED FEATURES; BECK, 1998; HAWKINS; CHAN, 1997) para ASL (aquisição de segunda língua). Além disso, discutimos tais dados considerando abordagens probabilísticas para ASL, que interpretam erros de uso morfológico nesse nível como evidência de déficits subjacentes das representações mentais de L2. Em consonância com outros autores, argumentamos que o desempenho morfológico não é por si só uma medida direta ou exata da competência linguística (PRÉVOST; WHITE, 2000; LARDIERE, 1998, 2006).PALAVRAS-CHAVES: Aquisição de L2. Aspecto em português como L2. Teorias de continuidade da GU.This study investigates the acquisition of [±perfective] aspect in L2 Portuguese via knowledge of the [± accidental] distinction that obtains between the Preterit and Imperfect in adverbially quantified sentences (LENCI; BERTINETTO, 2000; MENÉNDEZ-BENITO, 2002). Crucially, we show that intermediate L2 learners demonstrate phrasal semantic knowledge that we argue is accessed via the acquisition of new L2 features. As a result, we contend that the data support theories of adult UG-continuity (DUFFIELD; WHITE, 1999; SCHWARTZ; SPROUSE, 1996) and provide evidence in contra so-called Failed Features accounts of SLA (BECK, 1998; HAWKINS; CHAN, 1997). Furthermore, we discuss these data in light of probabilistic approaches to SLA, which interpret errors in morphological use at this level as evidence of underlying deficits in L2 mental representations. With others, we argue that morphological performance alone is neither a direct nor an exact measure of linguistic competence (PRÉVOST; WHITE, 2000; LARDIERE, 1998, 2006).KEYWORDSS: L2 acquisition. Aspect in L2 portuguese. Theories of adult UG-continuity. RESUMO Esse estudo investiga a aquisição do aspecto [±perfeito] em português L2, mediante conhecimento da distinção [± acidental] que ocorre entre o pretérito perfeito e imperfeito em frases com quantificação adverbial (LENCI; BERTINETTO, 2000; MENÉNDEZ-BENITO, 2002). Mostramos que os aprendizes L2 intermediários demonstram conhecimento da semântica sintagmática, que conforme argumentamos é acessível por meio da aquisição de novos traços da L2. Como resultado, propomos que os dados dão suporte a teorias de continuidade da GU (DUFFIELD; WHITE, 1999; SCHWARTZ; SPROUSE, 1996) e oferecem evidência contra as assim chamadas propostas de Traços Malsucedidos (FAILED FEATURES; BECK, 1998; HAWKINS; CHAN, 1997) para ASL (aquisição de segunda língua). Além disso, discutimos tais dados considerando abordagens probabilísticas para ASL, que interpretam erros de uso morfológico nesse nível como evidência de déficits subjacentes das representações mentais de L2. Em consonância com outros autores, argumentamos que o desempenho morfológico não é por si só uma medida direta ou exata da competência linguística (PRÉVOST; WHITE, 2000; LARDIERE, 1998, 2006).PALAVRAS-CHAVES: Aquisição de L2. Aspecto em português como L2. Teorias de continuidade da GU

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