Diversidade linguística e cultural na escola “fraqueza” ou “riqueza”?

Abstract

O presente trabalho apresenta alguns dados do estudo exploratório de um projeto de doutoramento, em curso, sobre representações sociais recíprocas entre alunos estrangeiros e alunos autóctones. Este projeto de investigação e intervenção está a ser desenvolvido no Laboratório de Investigação em Educação em Português/Linha 2 (LEIP). A recolha de dados daquele estudo exploratório, de cariz qualitativo, decorreu entre janeiro e abril de 2010 e o seu principal objetivo foi analisar a complexidade interna inerente à presença de jovens estrangeiros na escola portuguesa, de modo a descobrir pistas de reflexão para um futuro projeto de intervenção. Ficou constatado que o ensino-aprendizagem da Língua Portuguesa (LP) como fator de integração é um aspecto onde se verificam, globalmente, boas práticas. Todavia, existe na escola uma coexistência de alunos com percursos linguísticos e culturais diversos que não parece ser valorizada de forma a proporcionar uma interação ou enriquecimento mútuo, sendo de referir, pontualmente, alguns casos em que essa presença é considerada prejudicial. Estas constatações levam-nos a defender um compromisso ético com o Outro, a consciência da incompletude cultural e a descoberta de que a diferença, existente em cada um de nós, não é mais importante que a pessoa humana que lhe subjaz

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