A mineração de carvão é uma importante atividade econômica da região sul de Santa Catarina, no entanto, a mesma tem gerado sérios problemas ambientais, principalmente aos ambientes aquáticos na rede hidrográfica do sul catarinense. Assim este trabalho propôs avaliar a toxicidade das águas superficiais do Rio Molha, Urussanga, SC, comparando um de seus afluentes sem contato com zonas de mineração a um ponto do rio que sofre grande contato com uma área de mineração a céu aberto. Foi determinado o pH e os índices de toxicidade de ambos os ambientes. Para avaliação ecotoxicológica, foram utilizados os ensaios de letalidade em Artemia sp. e de toxicidade em Allium cepa L. Os resultados demonstraram que tanto as águas do Rio Molha quanto do seu afluente, possuem baixos níveis de pH (3,17 e 4,16, respectivamente), sendo que o pH obtido nas águas do Rio Molha foi semelhante à de outros ambientes fluviais da região carbonífera de Santa Catarina contaminados com rejeitos da mineração de carvão. Nos testes ecotoxicológicos, as águas do Rio Molha apresentaram um índice de toxicidade elevada, no ensaio de Artemia sp., com uma CL50 calculada em 37,44%. No mesmo ensaio as águas do afluente não foram capazes de provocar uma letalidade superior a 50%. Nos ensaios de inibição de crescimento de raízes e ganho de biomassa em Allium cepa, foi observado que das águas do Rio Molha possuem toxicidade significativamente superior às águas do seu afluente e ao grupo controle. Estes resultados demonstram que a atividade mineradora influencia na toxicidade as águas superficiais do Rio Molha tornando este ambiente altamente impróprio para a sobrevida de comunidades aquáticas