ZIKA VÍRUS: TRANSMISSÃO INTRAUTERINA E MICROCEFALIA

Abstract

O objetivo com este trabalho é o de explicar os mecanismos de ação do Zika vírus no desenvolvimento dos casos de microcefalia fetal e pediátrica, compreendendo o processo de infecção intrauterina, com sua evolução histórica. Utilizou-se referencial de pesquisa descritiva com abordagem qualitativa. O estudo foi realizado no primeiro semestre de 2016, nos componentes de Metodologia Científica, Metodologia da Pesquisa e Produção de Textos, por meio da metodologia ativa Problem Based Learning (PBL), com o intuito de uma prática pedagógica que integrasse interdisciplinarmente os componentes curriculares de modo a estimular a aprendizagem significativa e contextualizada dos alunos, promovendo a pesquisa dentro da universidade. Realizou-se um levantamento de dados nacionais e internacionais por meio da revisão das publicações na área de saúde em base de dados científicos do CAPES, EBSCO e Google acadêmico. Conforme Oliveira e Vasconcelos (2016), o vírus Zika foi descoberto em 1947, na Uganda. Posteriormente, foi detectado na África Ocidental e na Oriental e na Ásia. Sua relação com o aedes aegypti surgiu na Malásia; logo após migrou para países da Ásia e alterou a epidemiologia da doença. Pouca importância foi dada aos casos relacionados ao vírus Zika desde 1960, quando, em 2007, ocorreu uma epidemia de febre Zika na ilha Yap, na República da Micronésia. A partir disso, outros surtos foram detectados em outras regiões. Os primeiros registros de transmissão perinatal foram na Polinésia Francesa. Desta descoberta, associou-se o vírus Zika com encefalopatias, febres hemorrágicas, óbitos fetais, entre outras associadas ao vírus Chikunguya e dengue (OLIVEIRA; VASCONCELOS, 2016). Já no Brasil, em maio de 2015, depois da confirmação dos primeiros casos de febre Zika em estados do Nordeste, notou-se uma dispersão do vírus para outras regiões com o aumento de casos de recém-nascidos com microcefalia (OLIVEIRA; VASCONCELOS, 2016). Diante disso, o Ministério da Saúde classificou o evento como de emergência em saúde pública nacional (IOC/FIOCRUZ, 2015). Esses acontecimentos concomitantes, levaram ao estabelecimento de uma relação entre os fatos: grávidas portadoras do Zika vírus podem transmiti-lo para seus filhos por infecção intrauterina, o qual interfere no desenvolvimento do sistema nervoso da criança, causando a microcefalia. Um estudo brasileiro lançado na revista científica Lancet, em 2016, afirma que o Zika vírus é capaz de atravessar a placenta durante a gestação, podendo, assim, influenciar o desenvolvimento do feto e ocasionar a microcefalia (ROSSI, 2016). Apesar da microcefalia estar associada a diversos fatores, um estudo publicado recentemente no periódico The New England Journal of Medicine (2016) confirmou a relação do Zika com casos de microcefalia e foi considerado o mais completo já realizado para comprovar a relação. O Zika vírus é um vírus que existe há muitos anos, mas desencadeou seu primeiro surto no Brasil em 2015. Concomitantemente, houve um aumento nos casos registrados de microcefalia, estabelecendo-se uma relação entre os dois. Essa relação foi sugerida quando a presença do vírus foi detectada em amostras do líquido amniótico. A partir disso, vários estudos foram realizados para buscar a causa da microcefalia e a maneira na qual o vírus Zika era transmitido para o feto. Constatou-se que a transmissão do vírus é via placentária para o feto, e que isto tem significativa influência no feto quando transmitido no período de desenvolvimento neural.Palavras-chave: Zika vírus. Transmissão intrauterina. Microcefalia

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