SAZONALIDADE DAS FENOFASES REPRODUTIVAS DE NECTANDRA LANCEOLATA NESS E NECTANDRA MEGAPOTAMICA (SPRENG.) MEZ (LAURACEAE)

Abstract

A compreensão da dinâmica reprodutiva de espécies florestais nativas é crucial para o manejo adequado das florestas, uma vez que tanto a regeneração natural quanto a reposição antrópica são dependentes da fenologia apresentada pelos indivíduos/espécies. Tais informações se tornam ainda mais importantes para grupos com irregularidade na produção de sementes, como a família Lauraceae. Com o presente estudo, objetivou-se acompanhar aspectos do comportamento fenológico reprodutivo de duas espécies arbóreas regionais: Nectandra megapotamica e Nectandra lanceolata (Lauraceae). A pesquisa foi realizada em Joaçaba, SC, de março de 2013 a fevereiro de 2015, e foram delimitadas três áreas para o acompanhamento dos indivíduos das espécies. Foi realizada a coleta de dados com periodicidade mensal, enquanto em estádio vegetativo, e quinzenal, enquanto estádio reprodutivo. Para N. megapotamica, o início da floração variou entre as áreas, da segunda quinzena de julho à primeira quinzena de setembro. O início da frutificação se estendeu da primeira quinzena de setembro à primeira quinzena de novembro. Por meio da média angular (µ), verificou-se que a data média do período de botão floral foi 04/09 no ciclo 2013/2014 e 16/07 no ciclo 2014/2015, da antese foi 16/09 (2013/2014) e 14/08 (2014/2015) e da frutificação foi 30/10 (2013/2014) e 10/10 (2014/2015). O amadurecimento dos frutos ocorreu, em média, de 90 a 152 dias após a antese (DAA). Para N. lanceolata, o início da floração variou da primeira quinzena de setembro à primeira quinzena de novembro. O início da frutificação ficou entre a primeira quinzena de novembro e a primeira quinzena de janeiro. A média angular (µ) demonstrou que a data média do período de botão floral foi 23/10 (2013/2014) e 05/10 (2014/2015), da antese foi 07/11 (2013/2014) e 28/10 (2014/2015) e da frutificação foi 10/12 (2013/2014) e 16/11 (2014/2015). O amadurecimento dos frutos ocorreu, em média, de 44 a 86 DAA. Sugere-se que a diferença entre as fases reprodutivas nos dois ciclos esteja relacionada aos fatores ambientais, mas é necessário o acompanhamento por um período maior de tempo para confirmação dessa hipótese, assim como a visualização de eventos supra-anuais e a identificação de eventos gatilho da reprodução.Palavras-chave: Fatores climáticos. Canela preta. Canela amarela. Disponibilidade de sementes. Produção Vegetal

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