O objetivo deste texto é analisar o conceito de currículo integrado tal como proposto na reforma da formação de professores da educação básica. Para compor o corpus, delimita-se como objeto de estudo as Diretrizes Curriculares Nacionais para os cursos de licenciatura aprovados pelo MEC, em fevereiro de 2002. Argumenta-se que as propostas fundamentadas na concepção de currículo integrado têm sido historicamente associadas às teorias curriculares críticas, porquanto originárias de discursos provenientes de movimentos progressistas que lutavam contra a mercantilização do ensino e a fragmentação dos saberes escolarizados. Nas Diretrizes Nacionais para a Formação de Professores da Educação Básica, a perspectiva de integração curricular destina-se a atender à necessidade de desenvolvimento do aluno para aquela etapa de escolarização. Essa visão, perfeitamente sintonizada com recomendações de organizações internacionais que buscam adequar a educação do professor ao processo de sobrevivência do capitalismo, apesar de assumir uma aparência de inovação e de crítica, não favorece a produção de reflexões sobre os conhecimentos a serem ensinados, nem potencializa a capacidade transformadora do currículo; ela tão-somente oportuniza ao futuro professor a aquisição de um saber mais homogêneo e geral, associado às situações da sua atuação no universo da sala de aula. Conclui-se que a concepção de integração proposta para a reforma da formação de professores da educação básica filia-se a perspectivas eficientistas de organização dos currículos escolares, as quais propugnam para o educador uma profissionalidade instrumental-tecnicista.Palavras-chave: Diretrizes Nacionais. Formação do professor da educação básica. Currículo integrado