Um SUS desmontado desencadeia processos desumanizantes, haja vista que sem financiamento as políticas de saúde pouco são realizadas nos níveis de atenção à saúde. O sucateamento deixa de lado o suporte ao profissional em todos os âmbitos, dificultando a manutenção de boa relação médico-paciente e consequentemente da qualidade de atendimento. Além disso, a infraestrutura dos ambientes e a aparelhagem técnica necessária influenciam diretamente no processo de saúde-doença dos pacientes. Diante desse cenário, este estudo tem como objetivo relatar a experiência de como o desmonte e o sucateamento do SUS fomentam a desumanização dos espaços de saúde. Assim, dois alunos do curso de medicina do Centro Universitário tiveram a oportunidade de visitar um plantão noturno do setor de Obstetrícia da Santa Casa de Misericórdia de Anápolis e puderam presenciar claros exemplos de descaso com a saúde pública na cidade de Anápolis. Durante o plantão, os alunos puderam perceber o sucateamento por meio de procedimentos cirúrgicos em situações extremamente precárias. O que se nota é que a precariedade de atendimento e de estrutura hospitalar advém de um projeto político cuja necessidade de beneficiar o setor privado de saúde, diante do neoliberalismo econômico, perpassa a necessidade de garantir os direitos constitucionais de maneira a não cumprir com políticas de saúde que deveriam ser implementadas pelo Estado brasileiro. Em direção contrária, os governos capitaneiam o financiamento do SUS em outros investimentos, na tentativa de diminuir as responsabilidades do governo, o que desmonta e sucateia o sistema público, além de descumprir com direitos e princípios fundamentais da Constituição Cidadã