Há anos o câncer vem se destacando como a doença mais temida pela sociedade. É notável o estigma e a exclusão que tal patologia tem gerado atualmente. Além de todo o sofrimento biológico, há por trás de qualquer paciente terminal uma profunda dor emocional e psicológica. Quando se trata de crianças, há uma potencialização do sofrimento diante da proximidade da morte que se mostra de maneira tão precoce na vida do ser humano. Infelizmente, a técnica utilizada no tratamento oncológico só tende a aumentar esse sofrimento, por se tratar de uma técnica invasiva e dolorosa, deixando crianças ainda mais frágeis. Aliado a essa técnica penosa, a criança é submetida a um processo de adaptação que compromete todo o seu desenvolvimento. O paciente se vê diante de uma nova realidade, um novo mundo para o qual não estava preparado, e que por isso, vem alterar o seu “jeito criança de ser e estar no mundo”.Segundo Huizinga (2008), o jogo e as brincadeiras são uma forma de manifestação cultural, além de ser considerado algo inato ao ser humano. A brincadeira é algo muito presente no cotidiano das crianças, em especial, já que elas vivem em um mundo de fantasia, no qual realidade e “faz?de?conta” se confundem. Esse projeto busca utilizar do lúdico como uma ferramenta de linguagem da criança, e também como potencializador do aprendizado da criança e despertando sentimentos positivos que ajudem o paciente a enfrentar as adversidades da doença e do seu tratamento. Utilizaremos para isso, o encontro com o paciente como um dispositivo que aumente o poder de ação da criança por meio da alegria. Utiliza?se uma linguagem não verbal como forma de expressão, na qual a realidade é percebida pelos sentidos, não necessitando de explicação lógica para existir