MEMÓRIAS DO MODERNISMO PARAENSE: CONSIDERAÇÕES SOBRE AS CONDIÇÕES DE PRODUÇÃO LITERÁRIA NA BELÉM MODERNISTA

Abstract

Este trabalho parte dos depoimentos cedidos por intelectuais paraenses como Bruno de Menezes, Max Martins, Cléo Bernardo, entre outros, ao Suplemento Arte Literatura do jornal Folha do Norte, no ano de 1947, os quais tematizavam a situação das letras modernas no estado do Pará. Encarando esses depoimentos como testemunhos da memória literária instrumentalizada segundo a intenção de presentificar o passado, conforme indica Walter Benjamin (1994) em seu Sobre o conceito de História, propõe-se sua análise no sentido de compreender as configurações e condições de produção cultural com as quais se defrontavam os autores, recuperando as dinâmicas sociais que constituíam as relações nos campos da cultura e da literatura. Para tal análise, é de fundamental importância perceber, como indica Bourdieu (2010), que as posições defendidas pelos entrevistados se situam dentro de um espaço social determinado, demonstrando valores e avaliações diferenciadas advindas das diferenças de posicionamento social. A partir da análise dos depoimentos, evidenciou-se que o fazer literário não se restringe a questões de ordem artística mas é atravessado pelas características sociais que o suportam e que se relacionam profundamente com a própria valoração estética

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