Praxia - Revista on line de Educacao Fisica da UEG
Abstract
Este texto tem por esteira descrever, a partir da noção de dispositivo, práticas discursivas e não discursivas contemporâneas que, sendo difundidas pela mídia, trazem em si regras fundadas na higienização e na medicalização do corpo, instituídas por uma sociedade de controle (biopoder). Isso tende a gerar uma rede de regularidades que fazem ascender a um patamar de normalidade o ato de “fazer a barba”, relacionando-o a questões estéticas, de saúde e afetividade. Descrevem-se, também, enunciados e práticas relacionados a uma parcela mínima do povo que, por outro lado, retoma o uso da barba como forma de resistência, contrapondo-se ao que é chamado de “normal” na contemporaneidade, desestabilizando os olhares tranquilos num jogo dialético de poder. Busca-se, então, a partir de uma perspectiva foucaultiana, olhar para a história em sua descontinuidade e para as redes de relações e observar que, no dispositivo midiático, instauram-se poderes, regulados pela atualidade do saber e materializados como enunciados, que dão forma aos sujeitos. Dessa maneira, faz-se uso das fases arqueológica e genealógica de Foucault, dando foco à questão do cuidado de si como forma de resistência na sociedade de controle.