Memórias médicas sobre as águas termais brasileiras e européias entre 1902 e 1950: relatos de viagem e apropriação do meio natural.

Abstract

A água termal e sulfurosa, conhecida popularmente como água medicinal, investigada e estudada a partir do ponto de vista historiográfico no Brasil é tema muito recente.  Entretanto, na área médica seus estudos remontam desde meados do século XIX e primeiras décadas do século XX.  A proposta desse artigo é apresentar a relação histórica estabelecida entre natureza, trabalho e memória nos espaços de sociabilidade que foram construídos e reformulados para a emergência de uma classe burguesa no Brasil nas primeiras décadas do século passado. Sendo assim, dessa relação de proximidade do meio natural ajustado às inovações urbanísticas e arquitetônicas das cidades termais, seleciono para apresentação algumas memórias de médicos que estiveram envolvidos no processo de ajustamento do meio natural ao propósito de construção de cidades balneárias no Brasil até os anos de 1950. Particularmente, a apresentação será voltada para o diário do Dr. Pedro Sanches de Lemos escrito em 1902 e na primeira publicação da Comissão Permanente de Crenologia, órgão vinculado ao Departamento Nacional de Produção Mineral, em 1950. Dos relatos analisados pretendo apresentar mudanças, permanências e interseções nessa relação construída historicamente a partir do contato do homem com esse tipo específico de água considerada medicinal

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