Parto: direito de escolha da mulher

Abstract

A gestação é um evento biopsicossocial, pois está cercado de valores culturais, sociais e emocionais. Embora seja um processo considerado, predominantemente, fisiológico e que geralmente decorre sem complicações, tem crescido nas últimas décadas o uso de técnicas intervencionistas e entre estes, o parto cesariano. Observa-se que em muitos casos a escolha do parto tem ocorrido de maneira diferente, ou seja, a gestante não tem o parto de sua preferência realizado. Ressalta-se também que de acordo com dados estatísticos, há elevados números de cesarianas desnecessárias nos serviços de atenção obstétricas no país. O presente estudo objetiva identificar a preferência de parto pelas gestantes e, posteriormente comparar o parto realizado, com a preferência destas mulheres. Foi realizada uma pesquisa descritiva e exploratória. Participaram do estudo todas as gestantes no 9º (nono) mês de gestação (com 37 semanas ou mais), que procuraram atendimento na sala de espera do pré-natal do ambulatório de hospital da região sul fluminense. Os dados foram coletados de agosto a setembro do ano de 2015, através de entrevistas semi-estruturadas para se identificar a preferência da gestante para o tipo de parto. Posteriormente, as pesquisadoras fizeram o levantamento no prontuário destas mulheres, já puérperas, para a comparação da preferência da mulher ao tipo de parto e o parto realizado. O estudo foi submetido ao Comitê de Ética e Pesquisa da Faculdade de Medicina de Valença e aprovado sob o n° 1.222.194. Participaram do estudo 13 gestantes com idade gestacional (IG) acima de 37 semanas na faixa etária entre 18 e 36 anos. Entre as participantes 84,6% foram orientadas sobre os tipos de parto e 15,4% relataram que não receberem a orientação sobre os tipos de parto. Foi observado que 77% das entrevistadas apresentam a preferência pelo parto vaginal, em relação a 23% que relataram preferência parto cesariano. Em comparação as entrevistas realizadas, foi observado que do total dos partos realizados 62% foram cesarianas e apenas 38% foram partos vaginais. Após a busca em prontuários, pelas acadêmicas, foi identificado que todas as cesarianas realizadas tiveram indicações clínicas. Conclui-se que embora a preferência das gestantes, que participaram do presente estudo, seja pelo parto vaginal, houve uma predominância de partos cesarianos realizados. Mediante ao número de partos cirúrgicos, identificamos com esta pesquisa, que os partos realizados não estão sendo os mesmos de escolha das gestantes, porém, mesmo com o aumento da cesariana o parto de escolha das gestantes ainda é o parto vaginal

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