No contexto da sociedade de risco (Beck, 1997), as mudanças climáticas são definidas como
um problema ambiental de alcance mundial, sendo esse um dos fatores que dificultam o
entendimento dos fenômenos associados bem como as alternativas para seu enfrentamento.
A maior parte da cobertura jornalística se dá pela abordagem econômica, voltada às inovações
tecnológicas (Moraes & Girardi, 2012). Por outro lado, a emergência de grupos de organizações
civis - que ativam os discursos não corporativos e/ou não governamentais, fomentam situações
positivas para o aprofundamento das discussões de forma mais ampla e plural. O artigo
apresenta uma análise da cobertura colaborativa realizada por jovens de um projeto de
educomunicação, reunida no site agenciajovem.org, bem como em suas postagens de rede
social, em relação à Conferência das Nações Unidas sobre Mudanças Climáticas (COP 24),
realizada em Katowice, Polônia, em dezembro de 2018. Destacamos o midiativismo ambiental
(Moraes & Fante, 2018) a partir das atividades do grupo engajamundo.org no debate de causas
e consequências da mudança climática, em que as ações educomunicativas de jovens devem
ser valorizadas para a efetividade de um mundo em transição. Nas conclusões, indicamos as
qualidades desta cobertura, principalmente em relação às escolhas de assuntos e de
abordagem, nas quais se colocam para além dos aspectos econômicos da questão, trazendo
mais envolvimento com a temática. No entanto, discutimos como iniciativas potencialmente
engajadas e inovadoras obtém baixa visibilidade no espectro público midiático, sendo
imprescindível que a sociedade também transforme sua forma de consumir notícias, fazendo
uma transição de recepção, indo da comunicação/jornalismo mainstream ao midiativismo
ambiental. Os projetos ou disciplinas de educomunicação nas escolas, no ensino fundamental
e médio, têm o potencial de formar cidadãos midiativistas e que compreendam que esse tipo
de ação socioambiental pode mudar a sociedade