Neste artigo procuramos refletir sobre os desafios teóricos e metodológicos que se colocam à pesquisa cooperativa e comparativa, a partir de um conjunto de estudos empíricos realizados no projeto “Cobertura jornalística da corrupção política: uma perspectiva comparativa (Portugal, Brasil e Moçambique)”. Iniciamos a exposição discutindo os enquadramentos macro-teóricos e metodológicos que presidiram, desde o início, à adoção de uma perspectiva interdisciplinar e transnacional no espaço lusófono. Definimos pesquisa cooperativa e colaborativa e discutimos os desafios que emergem num quadro de integração global (Ampuja, 2013), onde o espaço lusófono clama por uma autonomia regional, baseada numa históriapartilhada e uma língua comum (Barker, 1997; Beck, 2006; Livingstone, 2012). Em seguida, desenhamos uma imagem das tendências teóricas dos Estudos de Média, dentro das Ciências Sociais, e procuramos compreender até que ponto alguns dos problemas esboçados estão presentes neste trabalho. Na análise de trajetórias metodológicas, observamos os objetivos e contextos interpretativos (Talja, Keso & Pietilainen, 1999; Beck, 2006; Beck & Sznaider, 2006; Livingstone, 2012), bem como as metodologias utilizadas e os métodos (Bryman, 2007). Tentamos também entender como essas pesquisas cooperativas e comparativas contribuem para o desenvolvimento e consolidação de mapas conceituais e para validação metodológica, bem como para a identificação de novos fenómenos políticos, sociais e dos media nos três países participantes do projeto