Partindo dos conceitos de coragem da verdade (parresia), de pedra de toque (básanos) e de pacto parresiástico, trabalhados por Michel Foucault nos seus últimos dois cursos oferecidos no Collège de France, nos anos 1982, 1983 e 1984, o presente artigo procura problematizar a existência do intelectual público na relação de confronto com dois outros discursos, a da psicanálise, formalizado por Lacan em Encore e o da poesia, praticado por Stephane Mallarmé, em Salut, e em Ana Cristina Cesar, em A Teus Pés. Primeiramente oferecemos o desenvolvimento conceitual dos três termos greco-filosóficos e, em seguida, adentramos nas ressonâncias deles na teoria psicanalítica que chamamos, aqui, por sua articulação necessária, de ao-menos-dois e, finalmente, na prática dialógica, não sintética e também não negativa, dos poemas acima citados e seus efeitos perturbadores no leitor