Distribuição espaço-temporal de crustáceos decápodes meroplanctônicos, com ênfase nas larvas do caranguejo-uçá, na baía de Guanabara, Rio de Janeiro

Abstract

Com o objetivo de caracterizar a assembleia de crustáceos decápodes planctônicos da baía de Guanabara, foram feitas amostragens de zooplâncton em sete campanhas, de dezembro de 2012 a janeiro de 2014, principalmente nos meses de verão - período de desova do caranguejo-uçá, Ucides cordatus. Ao todo, foram analisadas 105 amostras, provenientes de cinco pontos do eixo norte-sul da baía. As amostragens foram feitas na margem leste, da APA de Guapimirim à saída da baía. Foram identificados 51 táxons zooplanctônicos, sendo 30 de crustáceos decápodes. No holoplâncton, Copepoda e Cladocera apresentaram as maiores densidades populacionais. Os decápodes foram encontrados em todas as amostras, sendo a maioria na fase larval, especialmente zoés. Dentre eles, observou-se predomínio de braquiúros (caranguejos e siris), especialmente larvas zoé I-II de Uca spp., Ucides cordatus, Eurytium limosum, Neohelice granulata e Pachygrapsus transversus e das Famílias Portunidae e Sesarminae. A diversidade média de decápodes foi baixa, sendo de 0,78 ± 0,34 bits.org-1. Foram encontradas larvas e pós-larvas do caranguejo-uçá, em todos os estádios de desenvolvimento, sendo o período de ocorrência coerente com o previsto. As maiores densidades larvais dessa espécie foram observadas em dezembro, na região intermediária da baía, com máximo de 106,9 org.m-3 (zoés l-ll). Apesar da degradação ambiental histórica, a riqueza de crustáceos decápodes observada na baía, apontou enorme potencial ecológico, especialmente como berçário e habitat. Contudo, comparando-se com ecossistemas mais conservados, densidades populacionais das larvas do caranguejo-uçá foram baixas, apontando a necessidade de maior conservação dos manguezais e das populações adultas

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