Observações biológicas do tubarão-azul, Prionace glauca (Linnaeus, 1758), em cruzeiros de prospecção pesqueira na zona econômica exclusiva do Sudeste-Sul do Brasil.

Abstract

Na Zona Econômica Exclusiva do sudeste-sul do Brasil (Atlântico Sudoeste), entre os meses de dezembro de 2002 a julho de 2003, foram efetuados cinco cruzeiros de pesca exploratória pelágica, utilizando o espinhel-de-superfície. Durante esses cruzeiros, coletaram-se informações biológicas do tubarão-azul, Prionace glauca. A espécie representou 24 % em número e 47,8 % em peso do total capturado.  A CPUE média foi de 6,4 tubarões/1.000 anzóis (n= 32; s= 7,6 tubarões/1.000 anzóis) e 346 kg/1.000 anzóis (n= 30; s= 471,3 kg/1.000 anzóis). A espécie ocorreu em temperatura média de água de superfície (TSM) de 22,3º C (n= 32 medições de temperatura; s= 2,1º C). A maioria das capturas esteve distribuída em locais com profundidades entre 1.420 e 2.072 m. Os maiores rendimentos, em peso e em número, ocorreram durante as fases de lua minguante e crescente. O comprimento furcal (CF) médio dos machos foi de 196,3 cm (n= 30; s= 20,7 cm) com amplitude de 156 a 244 cm. Por sua vez, as fêmeas apresentaram um CF médio de 193,4 cm (n= 30; s= 30,2 cm) com amplitude entre 73 e 232 cm, não tendo sido significativas (p > 0,05) as diferenças entre os sexos. Para os machos, o peso médio foi de 52,6 kg (n = 25; s = 18,5 kg) e, para as fêmeas, 61,1 kg (n= 29; s= 17,0 kg). Dos machos, foram classificados 9 exemplares imaturos, 2 em maturação e 17 maturos (2 não foram classificados). Ocorreram 13 fêmeas grávidas, 4 maturas não-grávidas e 1 em maturação (12 não foram classificadas). Na área estudada, limitada pelas latitudes de 22° e 29º S, a captura foi predominantemente composta por subadultos (CF de 130 a 179 cm), adultos (CF de 180 a 219 cm) e grandes adultos (CF ≥ 220 cm).

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