O enigma do suicídio: um problema moral em Marx, Durkheim e Freud

Abstract

O artigo tem o objetivo de discutir as concepções do suicídio nas obras Sobre o suicídio de Karl Marx (com “coautoria” de Jacques Peuchet), O suicídio de Émile Durkheim e Luto e melancolia de Sigmund Freud. Podemos afirmar que ao longo da história da filosofia o tema foi trabalhado de duas maneiras: como uma questão moral e como uma questão existencial. As discussões sobre o suicídio se intensificaram entre o final do século XVIII e início do século XIX. Enquanto muitos trabalhos se concentraram nas consequências morais do ato suicida, outros pesquisadores se questionaram acerca da natureza das forças que atravessam o indivíduo ao ponto de levá-lo ao autoextermínio. Em suas concepções, Marx, Durkheim e Freud evitaram o determinismo e recusaram associá-lo ao pecado, noção defendida pela filosofia moral cristã. No entanto, este artigo sustenta a tese de que estes três autores continuaram operando no “eixo da moralidade”, apresentando o suicídio como um problema moral: é justamente a moral que permite uma enunciação teórica sobre o suicídio e o que os diferencia é, muito mais, um posicionamento diferenciado em relação à moral do que uma inovação radical da abordagem. HistóricoSubmissão (1a versão): 24/02/2017Revisões requeridas: 10/05/2017Submissão (2a versão): 05/06/2017Aceito para publicação: 20/06/201

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