Com a crise financeira mundial de 2007, verificou-se que a soberania nacional dos Estados-membros da União Europeia, em termos de políticas financeiras e monetárias não acompanhou a globalização financeira. Assim, a ausência de harmonização e uniformização das políticas financeiras, com as consequentes falhas do mercado de capitais europeu, resultou da falta de supervisão, dada a falta de um instrumento comunitário que funcionasse como um “counterweight” face à instabilidade do sistema. O sector bancário acabou por ser o mais afetado, com o défice de liquidez e a consequente redução na concessão de crédito bancário, promovendo irremediavelmente a crise no mercado de capitais europeus, com consequências macroeconómicas que ainda estão por estudar. A União Financeira, por via dos mercados de capitais, aparece como a próxima etapa da da integração europeia e como imprescindível para a sobrevivência da União Económica e Monetária. Esta etapa, na nossa opinião, passou a ficar em risco com o Brexit, a possível saída do Reino Unido da União Europeia, através do Referendo de 23 de junho de 2016. Por esse motivo, abordamos neste artigo o problema de continuação do plano da União Financeira, sem o principal Estado-membro prestador de serviços financeiros, o Reino Unido, e sem o principal centro financeiro, Londres