'UNISINOS - Universidade do Vale do Rio Dos Sinos'
Doi
Abstract
Fair trade (FT) organizations have been quite early taken as examples of social enterprises (SE) and have contributed to the shaping of the SE concept. The goal of this article is to examine more deeply, both at a conceptual and at an empirical level, to what extent FT organizations can be considered as social enterprises. First, we introduce different theoretical frameworks of SE and examine FT in the context of each of these frameworks. In a second step, we use an empirical study on fair trade social enterprises (FTSEs) across four European countries to illustrate and deepen the links between FT and SE, focusing on the goals and the governance structures of FTSEs. It appears that all FTSEs combine in some way economic, social and sometimes also political goals. FTSEs are thus in line with the “hybrid goal” nature of SEs. FTSEs’ governance is also quite specific and often innovative in terms of organizational architecture and stakeholders’ involvement. Some FTSEs are closer to the European – participatory – approach to social enterprise, while others are closer to US – individual – approaches. Finally, the governance structures of FTSEs seem to reflect quite well their mix of goals.Key words: social enterprise, fair trade, multiple goals, governance, Europe.Organizações de comércio justo (CJ) têm sido tomadas como exemplo de empresas sociais (ES) há bastante tempo e têm contribuído para a formação do conceito de ES. O objetivo deste artigo é examinar mais profundamente, tanto no nível conceitual quanto empírico, até que ponto as organizações de CJ podem ser consideradas empresas sociais. Primeiramente, introduzimos diferentes perspectivas teóricas de ES e examinamos o CJ no contexto de cada uma destas perspectivas. Em um segundo momento, apresentamos um estudo empírico sobre empresas sociais de comércio justo (ESCJ) de quatro países europeus para ilustrar e aprofundar as ligações entre CJ e ES, tendo como foco os objetivos e as estruturas de governança destas ESCJs. Parece que todas estas ESCJs combinam, de alguma maneira, objetivos econômicos, sociais e, algumas vezes, também políticos. As ESCJs alinham-se, portanto, com a natureza de “objetivo híbrido” das ESs. A governança das ESCJs é também bem específica e frequentemente inovadora em termos de arquitetura organizacional e envolvimento dos parceiros (stakeholders). Algumas ESCJs estão mais próximas da abordagem europeia – participatória – da empresa social, enquanto outras estão mais próximas das abordagens americanas – individual. Por fim, as estruturas de governança das ESCJs parecem refletir muito bem o seu mix de objetivos.Palavras-chave: empresa social, comércio justo, objetivos múltiplos, governança, Europa