São inúmeras as descrições em literatura científica a respeito das propriedades biológicas e farmacológicas de metabólitos secundários produzidos por liquens e de seus carboidratos e glicosídeos, entretanto tais organismos apresentam um crescimento extremamente lento e rendimento baixo nas extrações por métodos usuais. Portanto, com o objetivo de avaliar a capacidade produtora de carboidratos e fenóis, células de Ramalina aspera (liquen) (6 g) foram imobilizadas em biorreatores com movimento constante, utilizando caulinita (30 g) como matriz de suporte e NaHCO3 como fonte de energia nas concentrações de 0,1; 1,0 e 10,0 mM (30 mL). Os eluatos obtidos foram coletados após 24, 48, 72 h e, após este período a cada sete dias. As amostras extraídas com clorofórmio/metanol (2:1) foram analisadas por CCD, e demonstraram a presença da sacarose nas concentrações de 1,0 e 10 mM e manose na concentração de 0,1 mM. Os açúcares e fenóis foram produzidos durante todo o período do experimento. A análise dos fenóis não revelou a presença dos principais compostos (ácidos divaricático e salazínico), porém substâncias intermediárias foram obtidas ao longo de todo experimento, apresentando um pico de produtividade a 408 h, na concentração de 1,0 mM do precursor. Os resultados obtidos demonstram que o liquen permaneceu ativo durante todo o experimento e foi capaz de produzir metabólitos secundários de natureza fenólica apesar de o precursor metabólico utilizado ser um precursor indicado para a produção de polióis e açúcares