O artigo tem por objetivo analisar os deslocamentos e rearticulações ocorridos no campo de ação do saber-poder psiquiátrico no Rio Grande do Sul no decorrer dos anos 1970 a 2000, a partir de um estudo de caso do Hospital Psiquiátrico São Pedro localizado no município de Porto Alegre - RS. Desse modo, buscamos contemplar os processos e discussões que perpassaram a desinstitucionalização da loucura no Estado até a aprovação da Lei 9.716 em 1992, a partir de uma análise dos enunciados presentes tanto nas políticas de saúde mental, como nas reportagens que circularam na imprensa escrita no período supracitado. Isto é, trata-se, portanto, de problematizar a emergência de novos arranjos discursivos e de práticas e políticas de gestão e governamento da loucura no Estado no período chamado “pós panóptico”. Assim, os resultados da pesquisa nos permitem compreender como ocorrem as novas formas de agenciamento da “loucura” através de outros mecanismos e estratégias de poder que independem do dispositivo arquitetônico do Hospício, possibilitando com que o controle sobre a “loucura” seja mais amplo e extra-asilar