Construção de identidade, capacitação mútua e negociação política em uma feira de agricultores

Abstract

By focusing on the agroecological farmers’ market of Menino Deus in Porto Alegre, Brazil, we explore how counter-hegemonic narratives and forms of knowledge are cultivated in such arenas. Informed by theories of practical knowledge as well as theoretical debates over ethics and politics of local food, we regard the farmers’ market as a community of practice, where direct food procurement is a social relation entailing situated identity- construction, mutual enskilment, and political negotiation. The analysis is based mainly on ethnographic fieldwork conducted in Porto Alegre between March and June 2016, which included participant observation and semi-structured in depth interviews at the market of Menino Deus. The paper elaborates on the three above-mentioned dimensions (identity- construction, mutual enskilment, and political negotiation) as central, parallel processes that take place at the market, making it an arena for debate over agri-food standards where local food, nutrition security and social justice are redefined and promoted. We highlight linkages between farmers’ histories, visions, modes of production, and the governance mechanisms, enskilment processes and other activities at the market. In this way, we suggest that in this community technical aspects of procurement are re-embedded in the social domain and translate into new ways of life and visions of the future. This paper attempts to link reflections on the market place context, skill acquisition, and collective meaning negotiations, in order to contribute to the debate on local food as emancipatory project.Al centrar el estudio en el mercado de agricultores agroecológicos de Menino Deus en Porto Alegre, Brasil, exploramos cómo se construyen las narrativas contra-hegemónicas y las formas de conocimiento en estos ámbitos. A partir de las teorías del conocimiento práctico y los debates teóricos sobre ética y política de la alimentación local, consideramos a este mercado de agricultores como una comunidad de práctica, donde la adquisición directa de alimentos es una relación social que conlleva la construcción de identidades, la transferencia de habilidades y la negociación política. El análisis se basa en el trabajo de campo etnográfico realizado en Porto Alegre entre marzo y junio de 2016, que incluyó observación participante y entrevistas semi-estructuradas en el mercado de Menino Deus. El artículo se centra en las tres dimensiones mencionadas anteriormente (construcción de identidades, transferencia de habilidades y negociación política) como procesos centrales y paralelos que tienen lugar en el mercado, lo que lo convierte en un escenario de debate sobre estándares agroalimentarios, así como (re)definición y promoción de la seguridad alimentaria y nutricional a nivel local, y la justicia social. Destacamos los vínculos entre las experiencias de los agricultores, sus visiones, los métodos de producción, mecanismos de gobernanza, los procesos de aprendizaje y otras actividades en dicho mercado. De este modo, sugerimos que en esta comunidad se reincorporen los aspectos técnicos en los procesos de adquisición al dominio social, y se traduzcan en nuevas formas de vida y visiones de futuro. Este trabajo vincula las reflexiones sobre el contexto, el mercado, las habilidades y las negociaciones colectivas de significados para contribuir al debate sobre la alimentación local como proyecto emancipador.Neste artigo, ao analizar a Feira Ecológica do Menino Deus, em Porto Alegre, Brasil, exploramos como são construídas narrativas contra-hegemônicas e formas de conhecimento em espaços como o estudado. Partindo de teorias sobre conhecimento prático e de debates teóricos relacionados à ética e política da alimentação, consideramos a feira como uma comunidade de prática, em que a aquisição de alimentos diretamente de agricultores diz respeito a uma relação social que implica construção de identidades, capacitação mútua e negociação política. A análise está fundamentada principalmente no trabalho de campo etnográfico realizado em Porto Alegre entre março e junho de 2016, incluindo observação participante e entrevistas semiestruturadas em profundidada realizadas na Feira do Menino Deus. O artigo explora as três dimensões acima mencionadas (construção de identidade, capacitação mútua e negociação política) como processos centrais e paralelos que ocorrem na feira, proporcionando arena frutífera para debates sobre padrões agroalimentares e sobre (re)defefinição e promoção da segurança alimentar e nutricional e justiça social. Destacamos vínculos entre experiências, visões e modos de produção dos agricultores e mecanismos de governança, processos de aprendizagem e outras atividades relacionadas a Feira. Nesse contexto, sugerimos que, na comunidade de prática estudada, aspectos técnicos dos processos de aquisição dos productos estão imersos no domínio social e se traduzem em novos estilos de vida e visões do futuro. Por fim, vale destacar que este artigo busca vincular reflexões sobre a feira, capacitação mútua e negociações coletivas a fim de contribuir para o debate sobre alimentos locais como um projeto emancipatório

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