De Ayacucho a Petrópolis: a interdependência entre diplomacia e ação militar durante a questão do Acre
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Abstract
GARBINO, Henrique Siniciato Terra. From Ayacucho to Petrópolis: the interdependence
between diplomacy and military action during the Acre Crisis. 2016. Postgraduate
monograph. Palhoça: Unisul, 2016.
In the late nineteenth century, much of the rubber sold in the world was produced in the
Amazon region. The generation of jobs in the region attracted many migrants from the
Brazilian Northeast. Most of these migrants, who suffered from drought, moved to the Acre
region, which until 1903 was recognized as Bolivian by the Brazilian government. The
occupation of Acre by Brazilians, along with misguided diplomatic actions, generated a
diplomatic tension between Bolivia and Brazil. This problem was historically known as the
Acre Crisis. Considered in this work as the period ranging from the Treaty of Ayacucho
(1867) to the Treaty of Petrópolis (1903), the Acre Crisis offers clear examples of the
interdependence between diplomacy and military action, as well as the articulation of these
two foreign policy tools, even though initially mistaken. Based on data collection through
bibliographic research, drawing on secondary and tertiary sources, and qualitative analysis,
this paper aims to examine the interdependence between diplomacy and military action during
this period. After analyzing the many cases where this relationship could be demonstrated, it
follows that the solution of the Acre Crisis, embodied by the Treaty of Petrópolis, can be
attributed to the awareness of this interdependence – by both the Baron of Rio Branco,
Minister of Foreign Affairs, and by Placido de Castro, military commander of the Third
Acrean Revolution. Finally, it is put into perspective the historical and current distance
between political power, diplomacy and military thinking, affecting the exercise of a coherent
and integrated foreign policy.
Keywords: Acre Crisis; diplomacy; military action.GARBINO, Henrique Siniciato Terra. De Ayacucho a Petrópolis: a interdependência entre
diplomacia e ação militar durante a Questão do Acre. 2016. Trabalho de Conclusão de Curso
(Pós-graduação). Palhoça: Unisul, 2016.
No final do século XIX, grande parte da borracha comercializada no mundo era produzida nos
seringais da bacia amazônica. A geração de empregos na região atraiu muitos nordestinos que
sofriam com a seca e grande parte destes migrantes destinou-se ao território do Acre, que o
governo brasileiro até 1903 reconhecia como boliviano. A ocupação do Acre pelos brasileiros,
juntamente com ações diplomáticas equivocadas, gerou tensões entre Bolívia e Brasil. Este
problema ficou historicamente conhecido como a Questão do Acre. Considerada neste
trabalho como o período desde o Tratado de Ayacucho (1867) até o Tratado de Petrópolis
(1903), a Questão do Acre oferece exemplos claros da interdependência entre diplomacia e
ação militar, bem como da articulação, inicialmente equivocada, dessas duas ferramentas da
política externa. Fundamentado na coleta de dados através de pesquisa bibliográfica, valendose de fontes secundárias e terciárias, e na análise qualitativa dos dados, este trabalho propõe
analisar a interdependência entre diplomacia e ação militar durante este período. Após
considerar os diversos casos onde essa relação pôde ser evidenciada, conclui-se que a solução
da Questão do Acre, materializada pelo Tratado de Petrópolis, pode ser atribuída à consciência
dessa interdependência – tanto pelo Barão do Rio Branco, Ministro das Relações Exteriores,
como por Plácido de Castro, chefe militar da Terceira Revolução Acreana. Por fim, coloca-se
em perspectiva o distanciamento histórico e corrente entre poder político, diplomacia e
pensamento militar, prejudicando o exercício de uma política externa coerente e integrada.
Palavras-chave: Questão do Acre; diplomacia; ação militar