Descrição de novas espécies de Parastacus Huxley, 1879 (Crustacea, Decapoda, Parastacidae) para o sul do Brasil

Abstract

Os lagostins de água doce nativos do Brasil estão incluídos no gênero Parastacus Huxley, 1879. Atualmente existem 11 espécies descritas, estas distribuídas no sul da América do Sul, sendo nove registradas no Brasil (duas endêmicas de Santa Catarina e três endêmicas do Rio Grande do Sul). Este trabalho tem como objetivo descrever duas novas espécies de Parastacus para o sul do Brasil, além de determinar o estado de conservação (EC) das mesmas. Os espécimes analisados são provenientes de lotes depositados na Coleção de Crustáceos do Departamento de Zoologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul (UFRGS). Para as descrições foram feitas 17 ilustrações científicas de cada uma das espécies, utilizando esteromicroscópio com câmara clara acoplada. Além disso, foram realizadas 31 medidas morfométricas em cada espécime. Os habitats também foram analisados e descritos. A análise de conservação foi feita a partir da análise de risco de extinção seguindo o sub-critério B1 da IUCN, o qual leva em consideração a estimativa da área de extensão de ocorrência (AEO). Parastacus sp. nov. 1, proveniente do Arroio Carvão, localizado na Reserva Biológica da Serra Geral, município de Maquiné – RS, distingue-se pelos quelípodos globosos com dedos parcialmente cobertos por setas na porção proximal e télson com porção terminal de formato triangular. A AEO foi estimada em 301,885km² e o EC da espécie foi classificado como EM PERIGO. Parastacus sp. nov. 2 é proveniente de um riacho de primeira ordem, na cabeceira do rio Manoel Alves na cidade de Morro Grande - SC. Esta espécie distingue-se principalmente pela presença de tufos de setas longas e simples na porção distal dos carpos. A AEO foi estimada em 1.037,123 km² e o EC classificado como EM PERIGO. A descrição de novas espécies de lagostins de água doce contribui para o aumento do conhecimento na riqueza específica do grupo na América do Sul

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