Os processos de transição demográfica, epidemiológica e nutricional no Brasil
resultaram em mudanças do perfil de morbidade e de mortalidade da população,
com diminuição progressiva das mortes por doenças infecto-contagiosas e
elevação das mortes por doenças crônicas não-transmissíveis (DCNT). Desta
forma, o modelo de Atenção Primária, se apresenta como ferramenta importante
para promoção da saúde e prevenção de doenças. Neste sentido, este modelo
visa estimular a promoção da autonomia no exercício de comportamentos
saudáveis. Este estudo, teve como objetivo identificar o programa de Medicina
Preventiva da maior operadora de planos de saúde no Brasil como estratégia
estimuladora de mudanças no estilo de vida de clientes empresariais, sob a ótica
da autonomia. Tratou-se de estudo observacional de caráter retrospectivo,
direcionado aos colaboradores assistidos pela cooperativa de planos de saúde privada aos clientes empresariais em um Município do Estado de Minas
Gerais/Brasil. O procedimento de coleta de dados ocorreu por meio de dadosdo
prontuário de 401 colaboradores que estavam em acompanhamento nas
empresas, entre fevereiro a outubro de 2015. Foram analisadas as variáveis:
perfil sociodemográfico, hábitos de vida, história familiar e dados antropométricos,
antes e após acompanhamento e intervenção por parte da equipe da Medicina
Preventiva para classificação de risco à saúde quanto às doenças DCNT e
mudança de estilo de vida. A maior parte, 208 colaboradores eram do sexo
feminino (51,87%). Antes da intervenção, 213 (53,12%) colaboradores foram
classificados em médio risco e 188 (46,88%) em alto risco e nenhum em
baixo risco, porém após intervenção, 194 (48,38%) colaboradores foram
classificados em médio risco, 190 (47,38%) em alto risco e, 17 (4,24%)em
baixo risco. Em relação aos níveis pressóricos, 107 (26,8%) dos colaboradores
apresentaram, antes da intervenção pressão arterial 140/90 mmHg; e após a
intervenção, 13 (15,9%) diminuíram a pressão arterial com mudança no estilo de
vida e 38 (35,5%) dos colaboradores atingiram as metas com o uso corretode
medicamentos. No que se refere ao tabagismo, 41 (10,2%) eram fumantes ativos
e 12 (29,3%) abandonaram o tabagismo após a intervenção. 243 (60,6%)
colaboradores eram sedentários, destes, 106 (43,6%) iniciaram atividade física
através de estímulos e orientações individualizadas. Dos 401 colaboradores
analisados, 305 (76,1%) eram portadores de sobrepeso ou obesidade; após a
intervenção 140 (45,9%) reduziram o peso consideravelmente. Os resultados
demonstraram a importância da abordagem multiprofissional nos moldes da
promoção da saúde e prevenção de doenças após colaboradores empresariais,
pois os indivíduos desenvolvem habilidades favoráveis à saúde após suas
decisões, contribuindo para autonomia na busca por saúde e melhor qualidade de
vida.81 p.Saúde1º Prêmio ANS: concurso de monografia sobre saúde suplementarTema 2 - Regulação Assistencial na Saúde Suplementar - 3º Luga