A guerra civil portuguesa, o almirante Manuel Pessanha e a criação da Ordem de Cristo

Abstract

UID/HIS/00749/2013 SFRH/BPD/108772/2015O presente artigo trata o contexto histórico dentro do qual amadureceu e se formalizou a criação da Ordem de Cristo, oficialmente estatuída pelo papa João XXII, sob instância do rei D. Dinis, com a bula Ad ea ex quibus de 14 de Março de 1319, detendo-se nos difíceis exórdios da ordem. De facto, a fase conclusiva do demorado processo de fundação da nova militia, empreendido depois da emissão da bula Vox in excelsis de Clemente V que decretava a extinção da Ordem do Templo (1312), coincidiu com as primeiras manifestações concretas da guerra civil que viu afrontar-se o soberano D. Dinis e o herdeiro do trono, o infante D. Afonso, suportado, na sua ação rebelde, pela rainha consorte Isabel, pelo menos durante os anos iniciais do conflito. Dentro deste quadro deve ser considerada ainda a contratação pelo monarca do genovês Manuel Pessanha para assumir a função de Almirante-mor do reino de Portugal. Para este encargo foi escolhido um sabedor de mar estrangeiro, perito na navegação, chegado a Portugal em 1317 com um séquito de especialistas nas técnicas da construção naval, totalmente alheio às dinâmicas internas da monarquia portuguesa na altura. Ao ver bem, a primeira empresa militar em que foram envolvidos os membros da nova cavalaria e o almirante Manuel Pessanha, mancomunados pela vocação marítima e pela missão de defesa das costas das agressões dos infiéis, próprias das instituições a que pertenciam e presidiam e bem explicitadas na documentação a estas referentes, foi a serviço do rei a que tinham jurado lealdade e obediência e em ações de terra durante os turbulentos anos da guerra civil.publishersversionpublishe

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