A saúde mental, função executiva e capacidade para o trabalho: a influência da sintomatologia psiquiátrica na capacidade para o trabalho: um estudo em trabalhadores portugueses
Doutoramento em PsicologiaO presente trabalho tem como principal objetivo, estudar a relação entre a
presença de vulnerabilidade para a manifestação de sintomatologia
psiquiátrica e a sua relação com a capacidade para o trabalho e, como objetivo
secundário, estudar o impacto da função cognitiva executiva na capacidade
para o trabalho. Os problemas de saúde mental são comuns na população em
geral, sendo estimado que uma em cada cinco pessoas pode apresentar
sintomatologia de algum distúrbio mental ao longo de um ano. Por seu lado, a
doença mental apresenta um impacto bastante significativo ao nível do
absentismo laboral, tendo como consequência um custo bastante significativo
ao nível do desempenho laboral (produtividade), bem como ao nível da saúde
física e mental (Wu, Chi, Chen, Wang & Jin, 2009). O excessivo Stress
Ocupacional experienciado pelos trabalhadores tem sido fortemente associado
com o aparecimento de doenças e prejuízo da saúde mental interferindo na
sua capacidade para o trabalho, produtividade, bem estar e qualidade de vida.
A uma amostra de 125 trabalhadores foram aplicadas as escalas WAI (escala
de índice de capacidade para o trabalho), BSI (Inventário de sintomas
psicopatológicos) e o ESI (Inventário de Externalização versão reduzida) e,
numa subamostra de 30 trabalhadores, foram aplicados os testes
neuropsicológicos pela seguinte ordem: CAT (Halstead Category Test), WCST
(Wisconci Card Sort), e a TH (Tower of Hanoi). Foram confirmadas todas as
hipóteses do estudo o que sugere que existe, de facto, uma relação entre a
presença de vulnerabilidade para manifestação de sintomatologia psiquiátrica
com a capacidade para o trabalho e, também, que as funções executivas
manifestam grande impacto na capacidade para o trabalho. Assim, a
implementação de um programa de promoção para o trabalho e prevenção de
risco nos trabalhadores torna-se crucial para o aumento da produtividade dos
trabalhadores e, consequentemente, da própria organização.The main goal of the present work is to study the presence of vulnerability for
the manifestation of psychiatric symptoms and their relationship with work
ability and, a secondary goal, to study the impact of cognitive executive
function in work ability. The mental health problems are common in general
population being estimated that one in five people can present symptoms of
some mental disturbance through a year. Also, mental disease present a great
impact in the level of absenteeism resulting in a significant cost in the level of
work performance (productivity), physic and mental health (Wu, Chi, Chen,
Wang & Jin, 2009). Excessive occupational stress experienced by workers has
been highly associated with the advent of diseases and mental health
impairment interfering with work ability, productivity, well being e quality of life.
In a sample of 125 workers were applied the scales of WAI (Work Ability
Index), BSI (Brief Symptoms Inventory) and ESI (Externalizing Spectrum
Inventory) and, in subsamples of 30 of those 125 workers, were applied
neuropsychological tests by this order: CAT (Halstead Category Test), WCST
(Winsconsing Card Sorting Test) and TH (Tower of Hanoi). All the hypotheses
of this study were confirmed. This suggests the existence of a relation between
the presence of vulnerability for the manifestation of psychiatric symptoms and
work ability and also that executive functions have a major impact in work
ability. Thereby, an implementation of a promotion program for work e risk
prevention in workers becomes crucial to increase worker’s productivity and
consequently the organization itself