As construções em xisto representam um legado cultural, arquitectónico e
histórico muito importante em Portugal e na Europa, que urge preservar. Em
Portugal, as construções tradicionais em xisto encontram-se dispersas por
diversas regiões, de Norte a Sul, variando as tipologias das construções, as
metodologias construtivas e até o próprio xisto. Os danos mais comuns neste
tipo de construções são devidos ao deficiente funcionamento das fundações,
ao peso dos pavimentos e/ou coberturas em betão armado executados em
intervenções recentes, à deterioração dos elementos estruturais de madeira e à
colonização biológica e ataques químicos, principalmente em elementos não
rebocados. No entanto, apesar dos danos observados nas construções em xisto,
estas possuem capacidade estrutural que, se devidamente reabilitadas, lhes
permitirão desempenhar as funções que lhes são destinadas. Com estudos e
ferramentas adequadas poderão ser desenvolvidas metodologias e soluções de
reabilitação e reforço, permitindo incrementar a capacidade e garantir a durabilidade
adequada para estas construções, recuperando e preservando soluções
construtivas à base de xisto. Este artigo apresenta o primeiro passo de
um estudo das tipologias construtivas em xisto existentes em Portugal e da
análise dos principais danos registados em construções tradicionais de xisto