Mestrado em MicrobiologiaO presente estudo foi levado a cabo com o objectivo de determinar a
ocorrência e os níveis de Vibrio vulnificus, Vibrio parahaemolyticus (total e
potencialmente patogénico) em ostras naturalmente contaminadas, usando
dois métodos diferentes de Número Mais Provável (NMP) em conjugação com
a técnica de reacção em cadeia da polimerase (PCR) de modo a seleccionar o
mais apropriado para análise de rotina. As ostras foram adquiridas em lojas e
supermercados locais. Os valores de V. vulnificus (portador do gene que
codifica a hemolisina/citolisina da bactéria - vvhA), V. parahaemolyticus total
(portador do gene específico da espécie – toxR) e V. parahaemolyticus
potencialmente patogénico (portador dos genes que codificam as hemolisinas
directa termoestável – tdh e directa termoestável relacionada – trh) foram
determinados usando dois métodos de NMP-PCR: (1) enriquecimento em
água peptonada alcalina (APW) seguido de PCR (APW-PCR); e (2)
enriquecimento em APW e isolamento em agar de tiossulfato citrato bílis
sacarose (TCBS) seguido de confirmação das estirpes por PCR (TCBS-PCR).
Foi detectado V. vulnificus em quatro amostras de ostras pelo método APWPCR
e em três amostras pelo método TCBS-PCR, mas nunca nas mesmas
amostras. Foi possível encontrar V. parahaemolyticus em 14 amostras pelo
método APW-PCR e em 13 amostras pelo método TCBS-PCR. Quanto aos
factores de virulência, foi possível detectar o gene tdh em uma amostra
somente pelo método APW-PCR; o gene trh foi detectado em cinco amostras
por ambos os métodos, mas nem sempre na mesma amostra.
O método APW-PCR demonstrou ser o mais adequado para detectar a
presença de V. parahaemolyticus total em ostras, uma vez que gerou maior
número de amostras positivas e detectou teores mais elevados, no entanto,
recomenda-se o recurso a ambos os métodos para a detecção dos factores de
virulência do V. parahaemolyticus e para a detecção de V. vulnificus.
ABSTRACT: The present study was carried out to determine the occurrence and levels of
Vibrio vulnificus and total and potentially pathogenic Vibrio parahaemolyticus
bacteria in naturally contaminated oysters, using two Most Probable Number –
Polymerase Chain Reaction (MPN-PCR) different methods in order to select
the most appropriate for routine analysis. Oysters were collected from local
stores and supermarkets. V. vulnificus (carrying the hemolysin/ cytolysin vvhA
gene), total V. parahaemolyticus (carrying the species-specific toxR gene) and
potentially pathogenic (carrying the thermostable direct hemolysin - tdh and
TDH-related hemolysin - trh genes) V. parahaemolyticus were enumerated by
two MPN-PCR methods: (1) Alkaline Peptone Water (APW) enrichment
followed by PCR (APW-PCR); and (2) APW enrichment plus isolation on
Thiosulfate Citrate Bile Sucrose (TCBS) agar followed by PCR strain
confirmation (TCBS-PCR). V. vulnificus was found in four oyster samples by
the APW-PCR method and in three by the TCBS-PCR method, but never in the
same samples. V. parahaemolyticus was found in 14 oyster samples by the
APW-PCR method and in 13 by the TCBS-PCR method. Concerning virulence
factors, tdh positive organisms were only detected by the APW-PCR method in
one sample; trh positive organisms were found in five oyster samples by both
methods though not always in the same sample.
The APW-PCR method has shown to be more adequate for the detection of
total V. parahaemolyticus in oysters, since it yielded a larger number of positive
samples, however, for detection of V. parahaemolyticus virulence factors and
V. vulnificus, both methods should be used