Envoys, Princesses, Seamen and Captives

Abstract

A prevailing opinion has it that there were no Muslims in Portugal after the expulsion decree of 1496. However, while working on Portuguese–North African diplomatic and commercial relations in the 18th and 19th centuries, quite a contrary picture emerged revealing differentiated categories of Muslims. Apart from the most numerous group constituted by captives as a result of war, the Muslim universe also encompassed envoys, princesses and seamen. Their presence derived from the specific legal framework created in the wake of bilateral treaties concluded first with Morocco and later with other Barbary states. During the Ancien Regime period Muslim presence in Portugal had been an exception permitted only in certain specific cases. The situation underwent a complete change upon the establishment of the Liberal regime in 1834 which proclaimed that no restrictions were applicable to people professing other religions.Une opinion très largement répandue veut qu’il n’y ait pas eu de Musulmans au Portugal après le décret d’expulsion de 1496. Cependant, le travail effectué sur les relations diplomatiques et commerciales entre le Portugal et l’Afrique du Nord au xviiie et au xixe siècles, a fait émerger un tableau très différent, révélant des catégories différenciées de Musulmans. En dehors du groupe le plus nombreux, constitué de prisonniers de guerre, l’univers musulman comprenait également des envoyés, des princesses et des marins. Leur présence découlait du cadre légal spécifique créé dans le sillage des traités bilatéraux conclu d’abord avec le Maroc et plus tard avec d’autres États de « Barbarie ». Durant la période de l’Ancien Régime, la présence musulmane au Portugal constituait une exception, permise uniquement dans certains cas particuliers. La situation changea complètement lors de l’établissement du régime libéral en 1834, qui proclama que plus aucune restriction ne s’appliquait aux personnes pratiquant d’autres religions.Prevalece uma opinião que não havia muçulmanos em Portugal após o decreto de expulsão de 1496. Contudo, estudando as relações comerciais e diplomáticas Portugal – África do Norte nos séculos xviii e xix, emergiu uma imagem completamente oposta que revela categorias diferenciadas de muçulmanos. Posto à parte o grupo mais numeroso constituído de prisioneiros, resultante da guerra, o universo muçulmano compreendia também emissários, princesas e marinheiros. A sua presença derivava do quadro legal específico criado na esteira dos tratados bilaterais concluída primeiro com Marrocos e, mais tarde, com outros Estados berberescos. Durante o período do Antigo Regime a presença muçulmana em Portugal tinha sido uma excepção, permitida apenas em certos casos específicos. A situação sofre uma mudança completa com o estabelecimento do regime liberal de 1834 que proclama que nenhuma restrição era aplicável às pessoas que professam outras religiões

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