CHAPLIN, E.

SOBESTIANSKY, J.

WENTZ, I.

Infoteca-e

Empresa Brasileira de Pesquisa AgropecuáriaCentro Nacional de Pesquisa de Suínos e AvesMinisterio da Agricultura e do AbastecimentoCaixa Postal 21, 89700-000, Concórdia, SCTelefone: (49) 442-8555, Fax: (49) 442-8559http: / / www.cnpsa.embrapa.br /sac@cnpsa.embrapa.brCOMUNICADOTÉCNICOISSN 0100 - 8862CT / 130 / EMBRAPA–CNPSA, Fevereiro/1988, p. 1–2PREVALÊNCIA DE ANTICORPOS PARA TOXOPLASMAGONDII EM SOROS DE SUÍNOS DE PEDIGREE EM SANTACATARINAIvo Wentz1Jurij Sobestiansky1Eunice Chaplin2A infecção pelo protozoário Toxoplasma gondii ocorre em muitos animais domésticos esilvestres e é reconhecida com causa de uma doença congênita grave no ser humano.O gato doméstico age como principal disseminador de oocistos de Toxoplasma gondii,infectando-se através da ingestão de carne crua ou mal cozida contendo cistos. Ele elimina ooocisto através das fezes contaminando assim a água, rações, instalações e piquetes, além dohome, animais domésticos, aves e roedores.Grande quantidade de oocistos de Toxoplasma gondii pode ser eliminada em torno de deza 23 dias após o parto das gatas, período considerado importante quando as possibilidades deinfecções. Nesta fase infectam os filhotes que também passam a eliminar oocistos e, desta forma,frequentemente, infectam o ser humano, principalmente crianças.Os suínos se infectam através da ingestão de água e rações contaminadas, ou em instalaçõese piquetes onde o oocisto está presente, desenvolvendo a doença de forma subclínica, semapresentar sintomas evidentes. Assim sendo, a infecção somente pode ser detectada mediante ademonstração de anticorpos ou do agente etiológico.A presença de anticorpos antitoxoplasma no suíno significa que está albergando em seuorganismo cistos viáveis de toxoplasma, tornando-se, desta forma, uma fonte de infecção parao ser humano.Através deste trabalho, determinou-se a prevalência de anticorpos para toxoplasmose emreprodutores suínos em produção nas granjas registradas na Associação Catarinense deCriadores de Suínos (ACCS).O trabalho foi realizado em 1984, envolvendo 61 granjas filiadas a ACCS, nas quais foramcolhidas amostras de sangue de 1.033 reprodutores. O sangue foi processado, o soro separadoe estocado a -20oC e posteriormente examinado pela técnica de hemoaglutinação indireta paraanticorpos contra Toxoplasma gondii. Foram considerados positivos os soros que apresentaramtítulo igual ou superior a 1:64.1Méd. Vet., D. M. V., EMBRAPA–CNPSA2Méd. Vet., M. Sc., Profa Assist., Faculdade de Medicina Veterinária (UFRGS), 90000, Porto Alegre, RSCT / 130 / EMBRAPA–CNPSA, Fevereiro/1988, p. 2Resultados e comentáriosPela Tabela 1 pode ser observado que das 61 granjas examinadas, as quais representaram61,2% das granjas filiadas a ACCS, sete (11,47%) apresentaram animais com soros positivos.Dos 1.033 soros testados, apenas 12 (1,16%) foram positivos.Esta prevalência, quando comparada com dados de outros levantamentos em suínos ao abate,é considerada baixa. Pelo sistema em que são criados os reprodutores suínos, frequentementecom acesso a piquetes de terra ou gramado, e pelo período mais longo em que permanecemem produção, havendo, portanto, maior possibilidade de contato com o agente, era de se esperarque o número de animais soro-positivos e, consequentemente, o número de granjas com animaisreagentes, fosse mais elevado do que aquele encontrado em suínos ao abate. Entretanto, abaixa prevalência encontrada deve-se aos maiores cuidados dispensados pelos criadores dereprodutores de pedigree quanto ao controle de roedores, a limpeza e desinfecção das instalaçõese a utilização de rações elaboradas de forma industrial, não contaminadas. Estas medidassão eficientes para diminuir o contato dos suínos com o agente causador da toxoplasmose,consequentemente para o controle da doença no plantel e, indiretamente, para a diminuição desua transmissão ao homem através da carne ou subprodutos suínos.Deve-se observar que animais soro-positivos, aparentemente sadios, tiveram contato com oToxoplasma gondii num determinado período da vida e devem ser considerados potencialmentecapazes de transmitir o aqgente.Tabela 1 – Frequência de anticorpos séricos para Toxoplasmagondii em suínos de pedigree do Estado de SantaCatarina em 1984.Granjas Granjas com Soros SorosExaminadas animais reagentes Processados Reagentesno % no %61 7 11,47 1.033 12 1,16Conclusão1. A prevalência de anticorpos para Toxoplasma gondii em reprodutores de pedigree em SantaCatarina é baixa.

Prevalência de anticorpos para toxoplasma gondii em soros de suínos de pedigree em Santa Catarina.

The indirect haemagglutination inhibition test was utilized to determine the prevalence of antibodies to Toxoplasma gondii in pedigree swine from 61 farms, representing 61.2% of the total purebreed breeders affiliated to the Associação Catarinense de Criadores de Suínos. Sera samples of 1.033 swines were analysed. Twelve samples (1.16%) from seven herds (11.47%) were considered positive. The sera titles ranged from 1:64 to 1:512. Sera with title equal or higher than 1:64 were considered positive.Através da técnica de hemoaglutinação indireta (HAI), determinou-se a prevalência de anticorpos antitoxoplasma (Toxoplasma gondii) em 61 granjas de reprodutores suínos, que representam 61,2% das granjas filiadas à associação Catarinense de Criadores de Suínos. Nas amostras de 1.033 suínos foram encontrados doze (1,16%) animais reagentes pertencentes a sete (11,47%) granjas. Os títulos variaram entre 1:64 e 1:512. Foram considerados positivos aqueles soros que apresentavam título igual ou superior a 1:64

Wentz, Ivo

Sobestiansky, Jurij

Chaplin, Eunice

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PREVALÉNCIA DE ANTICORPOS PARA TOXOPLASMA GONDII EM SOROS DE SUÍNOS PEDIGREE EM SANTA CATARINA' IVO WENTZ. .JURIJ SOBESTIANSKY2 e EUNICE CHAPLIN 3 RESUMO - Através da técnica de hemoaglutinação indireta (HAI), determinou-se a prevaiôncia de anti-corpos antitoxoplasma (Toxoplasma gondil) em 61 granjas de reprodutores suínos, que representam 61,2% das granjas filiadas à associação Catarinense de Criadores de Suínos. Nas amostras de 1.033 sul'-nos foram encontrados doze (1,16%) animais reagentes pertenõentes a sete (11,47%) granjas. Os títulos variaram entre 1:64 e 1:512. Foram considerados positivos aqueles soros que apresentavam título igual ou superior a 1:64. Termos para indexação: toxoplasmose, suínos reprodutores, hemoaglutinação indireta PREVALENCE OF ANTIBODIES FOR TOXOPLASMA GONDI 1 IN THE SERA OF PEDIGREE SWINE IN THE STATE OF SANTA CATARINA ABSTRACT - The indirect haemagglutination inhibition test was utilized to determine the prevalence of antibodies to Toxoplasma gondil in pedigree swiné from 61 farms, representing 61.2% of the total purebreed breeclers affiliated to the Associação Catarinense de Criadores de Su(nos. Sera samples of 1.033 swines were analysed. Twelve samples (1.16%) from seven herds (11.47%) were considered posi-tive. The sera titles ranged from 1:64 to 1:512. Sera with titie equal or higher than 1:64 were consi-dered positive. Index terms: toxoplasmosis, pedigree herds, indirect haemagglutination INTRODUÇÃO • A infecção pelo protozoário Toxoplasmagondíi ocorre numa grande variedade de animais domésti-COS e silvestres, e tem distribuição mundial. Ela é reconhecida também como causa de uma doença congênita grave no ser humano (Wrathall 1975).. Na espécie suína, ela foi diagnosticada pela pri-meira vez por Fartei et ai. (1952), nos Estados Unidos, cru um rebanho que apresentava elevada mortalidade em animais de todas as idades. A par-tir desta descrição inicial, foram feitos diversos isolamentos de Toxoplasma gondil, e os estudos sorol6gicos sugerem ser freqüente a toxoplasmose na espécie suína (Amarai etal. 1975, Schenk 1976, Garcia et ai. 1979). A maioria das infecçôes nesta espécie, porém, são subclínicas (Hoefling & Todd 1981), e a simples demonstração da presença de anticorpos ou do agente etioi6gico não necessaria- Aceito para publicação em 18 de fevereiro de 1986. 2 Méd. - Vet., EMBRAPA/Centro Nacional de Pesquisa de Suínos e Aves (CNPSA), Caixa Postal D-3, CEP 89700 Concórdia, SC. Méd. - Vet., Univ. Fed. do Rio Grande do Sul - Fac. Veterinária, Caixa Postal 2172, CEP 90000 Porto Ale-gre, RS. mente indica a presença da doença. Os suínos me-recem especial atenção neste contexto, pois a pre-valência de anticorpos antitoxoplasma é elevada, nesta espécie, podendo por isto albergar em seu organismo cistos viáveis de toxoplasma, e represen-tar, desta forma, importante via de transmissão da doença ao ser humano (lshizuka 1980). No Brasil, sua ocorrência foi relatada pela primeira vea por Silva (1959), o qual baseou seu diagnóstico no exame histológico. Posterior-mente, Amaral & Macruz (1969) e Schenk (1976) isolaram o agente etiológico do diafragma e do cérebro de suínos clinicamente sadios, aba-tidos para consumo humano. Estudos soroló-gicos para verificar a freqüência de anticorpos para toxoplasma em soros de suínos tem sido realizados através da irnunoflorescéncia indireta (Schenk et ai. 1976, Corréa et ai. 1978, Ishizuka 1978) e da hemoaglutinaçio indireta (HAI) (Amaral et ai. 1975, Silva etal. 1981, Chaplin etal. s.n.t.). Os levantamentos sorológicos em suínos no Bra-sil são -referentes principalmente de amostras ori-undas de animais de abate, não existindo dados pu-blicados sobre a extensão da ocorrência de anticor-pos para toxoplasma em reprodutores suínos de pedigree. Pesq. agropec. bras., Brasília, 21(4):441-443, abr. 1986. 442 	 I. WENTZ et ai. O objetivo deste trabalho foi determinar a pre-vaUncia de anticorpos para toxoplasma em repro-dutores suínos em produção nas granjas registradas na Associação Catarinense de Criadores de Suínos. MATERIAL E MÉTODOS De 61 granjas de suínos filiadas à Associação Catari-nense de Criadores de Suínos (ACCS) foram colhidas 1.033 amostras de sangue de reprodutores em produção. O sangue foi processado no Laboratório de Sanidade do Centro Nacional de Pesquisa de Suínos e Aves6 e o soro foi separado e preservado à temperatura de -20 C e, pos-teriormente, enviado ao Laboratório de Protozoologia da Universidade Federal do Rio Grande do Sul. Para a deter-minação do título de anticorpos para toxoplasma utilizou--se a técnica de hemoaglutinação indireta (HAI) descrita em Silva et ai. (1981). A interpretação dos resultados se-guiu os critérios de Burridge et ai. (1979) e Silva et ai. (1981), ou seja, foram consideradas como positivas as amostras de soros que apresentaram títulos igual ou supe-rioral:64. RESULTADOS As 61 granjas examinadas representam 61,2% das granjas filiadas a ACCS e, destas, sete (11,47%) apresentaram animais reagentes à prova da HAI. Os resultados encontram-se na Tabela 1. A distribuição da freqüência dos animais reagen-tes, segando os diferentes títulos de anticorpos an-titoxoplasma obtidos pela prova de HAI, encontra--se na Tabela 2. DISCUSSÃO Dos 1.033 soros testados pelo método de HAI, doze (1,16%) apresentaram título de anticorpos anti toxoplasma gondii igual ou acima de 1:64 (Tabela 2). Considerando os levantamentos realiza-dos no Estado do Rio Grande do Sul por Silva et TABELA 2. Distribuição da freqüência dos diferentes tí-tulos séricos de anticorpos para toxopiasma detectados pela prova de hemoagiutinaçio indireta em suínos de pedigree no Estado de Santa Catarina. T(tulo de anticorpos N?de soros reagentes Percentagem de soros reagentes 1:64 5 41,2 1:128 2 16,7 1:256 4 33,3 1:512 1 8,3 aI. (1981) e Chaplin et aI. (s.n.t.), respectivamente com 7,2% e 9,3% de soropositivos, resultados estes considerados baixos em relação a trabalhos realiza-dos em outros estados, a prevaUncia encontrada neste trabalho é sensivelmente mais baixa. Tam-bém Amaral et al. (1975) encontraram em soros provenientes do Estado de Santa Catarina 2,38% de positivos. Deve-se, entretanto, salientar que es-tes autores consideraram como positivos aqueles soros com títulos iguais ou superiores a 1:256. Quando, entretanto, forem considerados os ani-mais reagentes com título de 1:64, esta percenta-gem aumenta para 9,52. Pelo sistema em que são criados os reproduto-res, freqüentemente com acesso a piquetes de terra ou gramados, pelo período mais longo que perma-necem em produção - havendo, portanto, maior possibilidade de contato com o agente -, era de se esperar que o índice de animais soropositivos fosse mais elevado do que aquele encontrado em suínos de abate. Entretanto, o maior cuidado dispensado pelos criadores produtores de reprodutores de pe-digree tantendo um arraçoamento com rações ela-boradas de forma industrial não contaminadas, um controle mais rigoroso de roedores, um sistema de limpeza e desinfecção mais rigoroso, diminuindo assim os riscos de contato dos suínos com o agente TABELA 1. Freqüência de anticorpos séricos contra Toxoplasrna gondil, detectados pela prova de hemoaglutinaçio in-direta, em suínos de pedigree do Estado de Santa Catarina. 1984. N'? de granjas 	N?de granjas 	Percentagem de 	N?de soros 	N?de soros 	Percentual do examinadas reagentes granjas reagentes processados reagentes soros reagentes 61 	 7 	 11,47 	 1.033 	12 	 1,16 Pesq. agropec. bras, Brasilia, 21(4):441-443, abr. 1986. PREVALÉNCIA DE ANTICORPOS PARA TOXOPLASMA GONDII etiológico, poderiam ser possíveis explicações para a prevalência baixa encontrada neste trabalho. Silva et ai. (1981) relatam que baixas prevalén-cias poderiam também estar associadas à variação geográfica do parasita e a diferenças entre sistemas de criação. Aganga et al. (1981) sugerem que con-dições climáticas e práticas de manejo são fatores que podem estar envolvidos com baixas preva-lências de Toxoplasma gondil. A presença, entre-tanto, de animais soropositivos aparentemente sa-dios indica que eles tiveram contato com o agente num determinado período de vida e devem ser considerados potencialmente capazes de causar in-fecção. CONCLUSÃO A prevalência de anticorpos para Toxoplasma gondii em suínos de pedigree em Santa Catarina é baixa. REFERÊNCIAS AGANGA, AO.; BELINO, E.D.; ADEGBOYE, D.S. & ILEMOBADE, A.A. A serological survey of toxo-plasmosis iii food animais (cattle, sheep, goats and swine) in two northern states of Nigeria. bit.!. Zoo-noses, 8(1)57-62, 1981. AMARAL, V. & MACRUZ, R. 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Prevalência de anticorpos para Toxoplasma gondii em soros de suínos pedigree em Santa Catarina

WENTZ, IVO

Prevalência de anticorpos para Toxoplasma gondii em soros de suínos de pepdigree em Santa Catarina.

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