O regime cíclico de cheias do Pantanal ocasiona épocas críticas de disponibilidade de forragens nativas, base alimentar do rebanho bovino de corte, principal atividade econômica da região. Isso tem levado a alterações no sistema de produção tradicional, através da introdução de pastagens cultivadas, principalmente em "cordilheiras". A substituição da vegetação nativa por sistemas cultivados pode modificar as características físicas e químicas do solo, bem como da matéria orgânica, tanto do ponto de vista quantitativo como qualitativo. O objetivo deste trabalho foi avaliar as alterações na matéria orgânica de um solo ESPODOSSOLO FERROCÁRBICO Hidromórfico decorrentes da introdução de Brachiaria decumbens, em área de cerrado não inundável na sub-região da Nhecolândia, Pantanal Mato-Grossense, através da técnica do 13C. As amostragens foram realizadas numa fazenda da sub-região da Nhecolândia (porção sul do cone aluvial do rio Taquari) MS, em áreas de pastagem cultivada com 10 e 20 anos de implantação e de vegetação nativa, constituída por cerrado, sobre solos ESPODOSSOLO FERROCÁRBICO Hidromórfico. Foram abertas trincheiras no topo do terreno de cada área, com 1,5 m de profundidade, e coletadas amostras de solo até 1 m de profundidade (0-10, 10-20 cm e a partir daí, de 20 em 20 cm). Foram feitas as seguintes determinações: carbono orgânico para todas as amostras; densidade aparente para amostras até 40 cm de profundidade; e 13C para amostras das camadas 0-10 e 10-20 cm. Foi observado que o conteúdo da matéria orgânica do solo, expresso em tC/ha, com a introdução da pastagem aumentou 55% para a camada de 0-40 cm, após 20 anos de cultivo, sendo que 29% do carbono do solo, na camada 0-20 cm, foi originário da vegetação nativa. A incorporação anual de carbono no solo pela pastagem foi estimada em 1,0 t/ha.bitstream/CPAP/55921/1/BP74.pdfFormato Eletrônico