Este trabalho analisa o processo de formação de propriedades rurais no movimento de ocupação de terras ocorrido em Una, sul da Bahia (Brasil), na primeira metade do século XIX. A principal fonte documental utilizada, o livro dos Registros Paroquiais de Terras da Freguesia de Olivença (1857-1860), da qual a Paróquia de Santo Antônio da Barra de Una era uma capela subsidiária, permitiu a identificação de perto de uma centena de moradores, assim como a análise dos regimes de posse e propriedade e das tipologias agrárias presentes naquele território. Esta zona de ocupação se expandiu para a proximidade das terras indígenas de Olivença, o que enseja nesse estudo a análise do problema da fronteira, a qual, ao tempo em que atua como um limite territorial, também configura uma área de contato interétnico. No caso em foco, essa dinâmica resultou em diferentes estratégias de apropriação de terras e recursos florestais