Universidade Federal do Estado do Rio de Janeiro (UNIRIO)
Doi
Abstract
INTRODUÇÃO: O estudo apresenta dados da Dissertação de Mestrado intitulada: O ALUNO DE ENFERMAGEM NA PRÁTICA ASSISTENCIAL DO CUIDADO – UMA ANÁLISE COMPREENSIVA DE SUAS NECESSIDADES, na qual investigamos o típico da ação dos alunos ao solicitarem a presença do professor quando realizam os cuidados de enfermagem. A fenomenologia compreensiva de Alfred Schutz, permitiu compreender a ação intencional dos alunos ao solicitarem o professor para realizarem sua prática assistencial do cuidado de enfermagem, segundo seus “motivos-para” expressos nas falas dos depoentes. Para tentar compreender a dimensão deste referencial teórico- metodológico, deve-se entender que o sujeito é quem atribui sua intencionalidade, a partir dos “eus individuais” e o encadeamento do conjunto formado pela união em comunidade de vários “eus” constitui-se numa intencionalidade intersubjetiva, a qual será foco de atenção especial neste estudo. OBJETIVOS: Identificar as necessidades dos alunos de enfermagem, ao desenvolver o Cuidado de Enfermagem em sua experiência prático – assistencial e Compreender o significado da ação dos alunos de enfermagem quando solicitam a presença do professor ao realizar o Cuidado de Enfermagem em sua experiência prático - assistencial. METODOLOGIA: Para desenvolver o estudo, foi utilizada a metodologia qualitativa descritiva com abordagem teórica metodológica da fenomenologia social de Alfred Schutz. Os sujeitos da pesquisa foram alunos de enfermagem de uma Instituição Pública de Ensino Superior de Enfermagem, situada na cidade do Rio de Janeiro. Para a obtenção dos depoimentos foi utilizada a entrevista fenomenológica, tendo como questão central O que você tem em vista quando solicita a presença do professor em sua prática assistencial do cuidado em enfermagem? Segundo Capalbo (1998), a ação nunca se manifestará isolada ou divorciada do mundo, a ação de solicitar o professor tem uma razão de ser, entretanto, os alunos, ao escolherem o professor no momento que irão desempenhar uma atividade assistencial do Cuidado de Enfermagem, afirmam a necessidade de uma intervenção pedagógica, sendo este o enfoque que o estudo desenvolve na análise compreensiva. RESULTADOS: A tipificação do significado da ação dos alunos de enfermagem aponta para “O professor como mediador do processo ensino-aprendizagem, transmitindo apoio e segurança para um cuidado melhor”. A análise compreensiva possibilitou refletir sobre uma estratégia de ensino, onde a análise das vivências dos alunos no ensino prático, destaca as necessidades pedagógicas da relação professor - aluno no processo de aprender a cuidar. Foi interessante revelar que a presença do professor solicitada pelos alunos, tanto pode ser uma presença física, psicológica ou social, depende das necessidades de cada aluno nesta aprendizagem. O compromisso com a formação profissional dos futuros enfermeiros é o cerne do processo pedagógico no ensino prático, sendo de fundamental importância, o professor reconhecer a singularidade e a bagagem de conhecimento de cada aluno, tornando-se mais compreensível e sensível ao perceber o outro, onde as relações face a face com seus semelhantes, possam ocorrer de forma recíproca e interativa. Assim, o diálogo pode ser o meio de permitir que cada um se mostre no mundo da vida. Para Valsecchi e Nogueira (2002, p.143) “qualquer modelo, plano ou sistema de ensino-aprendizagem deve considerar as diferenças individuais, habilidades, experiências prévias e estilo de vida”. CONCLUSÕES: O papel do professor no Ensino Prático, não cabe apenas uma intervenção assistencial, pelo fato de estar num campo propício ao fazer Cuidado de Enfermagem, e nem somente a intervenção pedagógica, ao ensinar os conteúdos, é necessário associar estas intervenções, fazendo-se presente na relação, capaz de ensinar a pensar para melhor intervir. Desta forma, contribuiremos para formar profissionais críticos e reflexivos. O Saber Fazer- Cuidado de Enfermagem, significa não apenas o domínio do conhecimento científico, mas também o domínio emocional, onde o aprendizado é diferenciado por estabelecer uma relação entre seres humanos quando é inaceitável errar para aprender. REFERÊNCIAS:ARRUDA, B. K. G.de . A educação profissional em saúde e a realidade social. Recife: Instituto Materno Infantil de Pernambuco (IMIP), Ministério da Saúde; 2001. BRASIL., C. N. E. ; C. E. S. Parecer CNE/CES N.º 1.133. Diário Oficial da União. Brasília, 3/10/2001. Secção1.p.131.______________________. Resolução CNE/CES N.º 3 2001. Diário Oficial da União. Brasília, 9/11/2001. Secção1.p.37.CAPALBO, C. Metodologia das Ciências Sociais: A fenomenologia de Alfred Shutz.2.ed. Londrina:Ed.UEL,1998.FREIRE, P. Pedagogia da autonomia : Saberes necessários à prática educativa. 14. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2000.- Coleção Leitura._________. Pedagogia do Oprimido.17ed. Rio de Janeiro, RJ: Paz e Terra, 2002.FONTURA, H. A. da . A formação do professor universitário: considerando propostas de ação. In: CHAVES, I. M.e SILVA, W. C. da. Formação do professor: narrando, refletindo, intervindo. Rio de Janeiro: Quart; Niterói: Intertexto, 1999.SCHUTZ, A. Fenomenologia del mundo social. Introducción a la sociologia compreensiva. Buenos Aires: Paidos, 1972.__________. Collected Papers II – Studies in Social theory. The Hague: Martinus Nijhoff, 1976. p.17VALSECCHI. E. A. de S. da S. e NOGUEIRA. M. S. Comunicação professor-aluno: Aspectos relacionados ao estágio supervisionado. Ciência, Cuidado e Saúde. 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