Assistência de enfermagem ao cliente acometido por difteria

Abstract

DESCRITORES: Difteria; Assistência de Enfermagem; doença infecto-contagiosa.   INTRODUÇÃO: A difteria, também conhecida como crupe, é uma doença infecto-contagiosa provocada pela bactéria Corynebacterium diphtheriae, que se caracteriza pela presença de uma pseudomembrana cinza-esbranquiçada no local da infecção. Alguns de seus sintomas surgem em razão da liberação das toxinas que esta produz. É uma doença imunoprevenível grave e potencialmente fatal, que pode acometer pessoas susceptíveis (não adequadamente vacinadas) de qualquer idade e não apenas as crianças, como era comum antes da utilização sistemática da vacina. A transmissão se faz de pessoa a pessoa, através de gotículas de secreção respiratória contendo a bactéria (e eventualmente secreção de lesões cutâneas). A forma clinica mais importante da difteria é a faríngea, entretanto a toxina pode atuar de forma sistêmica, ocasionando lesões em outros órgãos, as mais importantes ocorrem no coração, nos rins e nos nervos, com manifestações clínicas graves em condições de levar o indivíduo á óbito. Embora seja uma patologia passível de controle, ainda constitui-se problema de saúde pública no Brasil em virtude das baixas coberturas vacinais. Apesar disso, observa-se um decréscimo do número de casos, em função do uso da vacinação antidiftérica.De acordo com Horta, 1979, o Processo de Enfermagem visa uma assistência que atenda as necessidades humanas básicas do cliente, que foram afetadas no processo saúde-doença. A Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE) é um instrumento norteador da prática do enfermeiro, fornece autonomia profissional e documenta sua prática visando à avaliação da qualidade da assistência prestada ao paciente. OBJETIVO: Este estudo objetivou elaborar um plano de Cuidados de Enfermagem para o cliente acometido pela Difteria, com enfoque na Sistematização da Assistência de Enfermagem (SAE). METODOLOGIA: Estudo descritivo, qualitativo proveniente de revisões bibliográficas em diversas fontes acerca do tema. Foi realizado pelos acadêmicos do 6º período durante a disciplina “Enfermagem em Doenças Infecciosas e Parasitárias” do Curso de Graduação em Enfermagem e Licenciatura da Universidade Federal Fluminense / UFF no ano de 2009. RESULTADOS: Os problemas de enfermagem mais relevantes para a Difteria segundo Smeltzer & Bare foram: Dor Aguda (cefaléia e dor de garganta), náuseas e vômitos, febre, aumento da exposição a patógenos, fadiga, ato de engolir diminuído, hipotensão, úlceras, asfixia mecânica aguda, sufocamento pela obstrução dos canais, contato pessoal diminuído, pouco conhecimento da patologia, complicações na orofaringe e laringe: tosse, rouquidão, disfonia, dificuldade respiratória progressiva, insuficiência respiratória aguda e edema de pescoço, lesões no coração (taquicardia, arritmias, hipofoneses de bulhas, sopros e Insuficiência Cardíaca Congestiva), lesões e paralisias dos rins (albuminuria, nefropatia tóxica, insuficiência rena aguda), lesões e paralisias neurológicas (neurites periféricas, paralisia do véu do palato, paresia ou paralisia das extremidades, paralisia do diafragma, paralisia dos músculos oculares causando diplopia e estrabismo). O plano de cuidados foi estruturado de acordo com as seguintes fontes bibliográficas: Diagnósticos de Enfermagem da NANDA Definições e Classificação 2007-2008, Intervenções de Enfermagem (NIC) e Resultados de Enfermagem (NOC); seguindo a respectiva ordem, as principais ações de enfermagem listadas foram: 1- Dor Aguda, relacionada aos agentes biológicos nocivos ao organismo, caracterizada por alterações na pressão sanguínea, relato verbal de dor, expressão facial e mudanças no apetite. Assegurar ao paciente cuidados precisos de analgesia; avaliar a intensidade da dor, fazendo uma escala de 0 a 10, freqüência e local;reduzir ou eliminar os fatores que precipitem ou aumentem a experiência da dor (medo, fadiga, falta de informação);explicar as causas da dor;usar métodos terapêuticos para alívio da dor, como distração, além de métodos farmacêuticos;fazer administração de medicação SOS previamente prescrita pela equipe medicação.Controle da dor: Reconhecer os fatores causais; relatar adequadamente os sintomas para a equipe; relatar o controle. 2- Náuseas e vômitos, relacionado à doença, as toxinas e distúrbios bioquímicos, caracterizada por relato de náusea, sensação de vomito, e aversão a comida. Identificar os fatores capazes de causar a náusea ou com ela contribuir; usar higiene oral freqüente para promover conforto, a menos que estimule a náusea; Oferecer líquidos frios, puros, inodoros e incolores, quando adequado; uso de drogas antieméticas. Estado nutricional: Ingestão oral de alimentos, ingestão oral de líquidos, aumento do apetite, estimulo para comer. 3- Hipertermia relacionada à doença evidenciada por aumento na temperatura corporal acima dos parâmetros normais. Realizar o monitoramento da temperatura (escala de temperatura) corporal a cada 4h; monitorar a coloração da pele; administrar medicação antipirética quando adequado; encaminhar ao banho morno e colocar bolsa de gelo nas axilas e na virilha quando adequado; estimular a ingestão de líquidos a menos que haja contra-indicação. Sinais vitais: Temperatura corporal dentro dos parâmetros; Nível de conforto: Controle dos sintomas. 4- Fadiga, relacionada ao estado da doença, condição física debilitada, caracterizada pelos relatos de cansaço, incapacidade de manter as rotinas habituais e letargia. Determinar as causas da fadiga; determinar qual a atividade e em que quantidade ela é necessária para o desenvolvimento da resistência; monitorar a resposta cardiorrespiratória à atividade; encorajar atividade física. Conservação de Energia; equilíbrio de atividade e repouso; adaptar o estilo de vida ao nível de energia. 5- Dificuldade de engolir, relacionada à obstrução mecânica anormalidade laríngea e faríngea, caracterizada pelo relato verbal, odinofagia, deglutição retardada e recusa de alimentos. Posicionar a cabeça fletida para frente, preparando-se para engolir; orientar quanto à mastigação dos alimentos; auxiliar e manter uma ingesta calórica e hídrica adequada; monitorar e oferecer uma consistência adequada de alimentos; supervisionar a alimentação; realizar o controle de Medicamentos. Melhorar o ato de deglutir; Controle da dor; Diminuição das complicações da laringe. 6- Padrão respiratório ineficaz, relacionado ao processo de doença caracterizado por dispnéia, taquipnéia e capacidade vital diminuída. Incentivar o repouso e a eliminação do esforço; Fornecer oxigênio suplementar conforme prescrito (até 3l/min); Monitorizar os sons respiratórios, freqüência respiratória, produção de escarro e dispnéia; Manter a cabeceira em fowler durante o dia, e a noite colocá-la em semi-fowler para dar conforto ao paciente e auxiliando na expansibilidade torácica. Estado respiratório: permeabilidade das vias aéreas; Estado respiratório: permeabilidade das vias aéreas; Remoção de secreções sãs vias aéreas. 7- Risco de Sufocação, relacionado ao processo de doença, processo lesivo e obstrução das vias aéreas. Monitorização respiratória: freqüência, ritmo e esforço; padrões respiratórios; Monitorização dos sinais vitais; Controle da vias aéreas; Posicionamento do paciente no leito, em semi-Fowler, facilitar a combinação ventilação e perfusão; Controle de medicamentos; Promover conforto e segurança. Detecção dos Riscos; Controle dos Riscos; Melhorar o estado infeccioso; Vias áreas desobstruídas. CONCLUSÃO: O planejamento sistematizado dos Cuidados de Enfermagem ao cliente contribui para uma assistência resolutiva e de qualidade assegurando que as intervenções sejam elaboradas para o indivíduo e não apenas para a doença. O processo de enfermagem possui um enfoque holístico, dessa forma, além de planejar a assistência, é importante que o profissional de Enfermagem compreenda as causas das doenças infecciosas e o seu tratamento, visto que o enfermeiro possui um papel importante no controle, no tratamento e na prevenção da infecção. REFERÊNCIAS: BRASIL; doenças infecciosas e parasitárias: guia de bolso / Ministério da Saúde, Secretaria de Vigilância em Saúde, Departamento de Vigilância Epidemiológica.  7. ed. Rev. – Brasília: 2008. <!-- /* Font Definitions */ @font-face {font-family:Wingdings; panose-1:5 0 0 0 0 0 0 0 0 0; mso-font-charset:2; mso-generic-font-family:auto; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:0 268435456 0 0 -2147483648 0;} @font-face {font-family:"MS Mincho"; panose-1:0 0 0 0 0 0 0 0 0 0; mso-font-alt:"MS 明朝"; mso-font-charset:128; mso-generic-font-family:roman; mso-font-format:other; mso-font-pitch:fixed; mso-font-signature:1 134676480 16 0 131072 0;} @font-face {font-family:Tahoma; panose-1:2 11 6 4 3 5 4 4 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:swiss; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:1627421319 -2147483648 8 0 66047 0;} @font-face {font-family:"Arial Narrow"; panose-1:2 11 5 6 2 2 2 3 2 4; mso-font-charset:0; mso-generic-font-family:swiss; mso-font-pitch:variable; mso-font-signature:647 0 0 0 159 0;} @font-face {font-family:"\@MS Mincho"; panose-1:0 0 0 0 0 0 0 0 0 0; mso-font-charset:128; mso-generic-font-family:roman; mso-font-format:other; mso-font-pitch:fixed; mso-font-signature:1 134676480 16 0 131072 0;} /* Style Definitions

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