A vida pensada a partir da morte

Abstract

In this study, the social significance of death is reflected upon; specifically, the study looks at how feeling the presence of death can allow the reinterpretation of one's own life and affect the representation of life experiences. Therefore, death is part of the social framework of memory, and is thus a representation as well. This reflection on the presence of death is based on narratives that were obtained during doctoral research, whose basic theme was the representation of cities in the memory of eldery residents. Thirty interviews were carried out in 1997 in municipalities of the central region of Sao Paulo state in Brazil The narrators were elderly men and women who were adolescents during the first half of the 20th century. This work focussed on the discussion of memory and the narratives obtained from memories. A recurring theme in both areas �]memory and narratives�] was the presence of death. This presence was not only physical death, foretold by an increasingly tired, frail body, but also the death of a social universe and a way of life that was expressed in the death of friends and relatives who contributed to memory and, consequently, to the continued construction of identity.Neste estudo, reflito sobre o significado social da morte: especificamente como a presença sentida da morte pode ressignificar a própria vida, pode afetar as representações daquilo que é vivido. Como, portanto, a morte compõe quadros sociais da memória e, assim, é representação também. As narrativas a partir das quais se pensou nessa presença da morte fazem parte das narrativas obtidas quando da pesquisa para o doutorado, cujo tema básico foi a representação das cidades pela memória de velhos moradores. As entrevistas, em número de trinta, foram realizadas durante 1997, em municípios da região central do Estado de São Paulo, no Brasil. Os narradores das cidades eram velhos que tinham ficado adolescentes na primeira metade do século XX. A discussão da memória e as narrativas obtidas pelas lembranças conformavam o foco central do trabalho. Em uma e em outra questão � memória e narrativas � a presença da morte era uma constante. Não somente a morte física, anunciada por um corpo cada vez mais débil, cansado, mas a morte de um mundo social, de um jeito de viver, que se expressava na morte dos amigos e parentes que eram apoio à memória e, conseqüentemente, à contínua construção da identidade

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