A ideologia politica no humor

Abstract

Muitas pessoas têm o costume de atribuir às charges dos jornais apenas o papel de peça de entretenimento por utilizar o discurso lúdico. Mas suas características vão além de simples passatempos. Por se tratar sempre de criticar fatos reais, elas representam a opinião das empresas que as publicam. Isso fica ainda mais evidente em ano eleitoral. Em 2002, dois jornais da capital federal – Jornal de Brasília e Correio Braziliense – defenderam candidaturas diferentes quanto ao cargo de governador do Distrito Federal. As posições de cada um podem ser identificadas de acordo com os temas e personagens satirizados pelos veículos em suas charges. No Jornal de Brasília, os alvos das críticas representadas nas ilustrações foram o fato de haver um 2º turno na capital e denúncias de corrupção envolvendo o candidato Geraldo Magela, do PT. Ambos assuntos foram publicados com o objetivo de desestimular a campanha do petista, o que favorecia o seu principal adversário, Joaquim Roriz, do PMDB, atual e governador na época. Isso demonstra que as charges foram utilizadas como ferramentas do jornal para apoiar o peemedebista, logo se deduz ser essa a ideologia do veículo. Opondo ao posicionamento do Jornal de Brasília, as charges do Correio Braziliense apontavam suas críticas para denúncias de corrupção envolvendo Roriz. O que favorecia a campanha de Magela, pois a intenção dessa mídia era denegrir a imagem do governador para que esse perdesse as eleições. Como uma das características das charges é expor a linha editorial do veículo, torna-se imprescindível à comparação entre os temas ironizados no Correio e Jornal de Brasília, já que esses tomaram posições opostas. Sátiras que retratavam alvos diferentes revelavam ideologias distintas. Portanto, comparar estas representações facilita entender a ideologia de cada veículo

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